06/05/2011 18h14 - Atualizado em 06/05/2011 18h51

‘Não vamos fazer nenhuma cruzada’, diz bispo em SP sobre união gay

STF reconheceu nesta quinta a união entre casais do mesmo sexo.
Dom João Petrini, de Camaçari, comentou a decisão no interior de SP.

Do G1 SP, com informações da TV Vanguarda

Santuario Aparecida do Norte 01 (Foto: Carolina Iskandarian /G1)Bispos estão em encontro anual na cidade de
Aparecida (Foto: Carolina Iskandarian /G1)

Os bispos que estão reunidos na 49ª Assembleia Geral Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no interior de São Paulo, voltaram a comentar a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceram a união estável entre casais do mesmo sexo. O bispo diocesano de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini, criticou a posição do Supremo ao dizer que os representantes da Igreja Católica “não vão fazer nenhuma cruzada” contra a proposta, mas continuarão a defender o conceito deles de família.

"Não vamos fazer nenhuma cruzada, mas vamos procurar defender aquilo que até hoje, desde Adão e Eva, foi sempre uma característica típica da vida na nossa sociedade, que é uma instituição chamada família. E, repito, heterossexual e aberta para a procriação”, afirmou dom João, durante a coletiva de imprensa do evento, que acontece até o dia 13 em Aparecida, no Vale do Paraíba.

A votação unânime a favor dos homossexuais no STF ocorreu na quinta-feira (5), em Brasília. O porta-voz da Assembleia Geral da CNBB e arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, foi na mesma linha do bispo da Bahia. Para ele, “faz parte do direito da pessoa humana” ter acesso a heranças e outros benefícios, como prevê a manifestação dos ministros, mas “outra coisa é formar a família humana, dentro do que nós vemos que faz parte do direito natural”.

“Nós somos a favor da vida, somos contra qualquer discriminação. Somos contra as pessoas viverem, assim, umas contra as outras”, disse o arcebispo do Rio. “E lembramos que não basta apenas o direito positivo, achar o que é melhor pelo maior número de votos. Mas, sim, o direito natural que vem da própria natureza humana, que é o 'ser família'”, afirmou dom Orani, que pediu respeito ao posicionamento da Igreja Católica sobre o tema.

Na quinta-feira, enquanto a sessão que julgava as ações no STF ainda estava em andamento, outros três bipos, além de dom Orani, também se manifestaram acerca do assunto. Todos defenderam a família como sendo a união entre homem e mulher capaz de gerar filhos.

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