Política

Palocci explica patrimônio a petistas e, segundo senador, diz que oposição estaria tentando fazer um 'terceiro turno'

BRASÍLIA - O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, explicou nesta quinta-feira a senadores petistas o seu aumento patrimonial nos últimos quatro anos e teria acusado a oposição de tentar desestabilizar o governo com informações despropositadas.

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Palocci participou de almoço com senadores do partido no Palácio do Alvorada, junto com a presidente Dilma Rousseff que, mais cedo, em sua primeira declaração sobre o episódio, afirmou que o ministro está dando todas as explicações aos órgãos de controle.

Na conversa, Palocci teria dito que ele e o governo estão convictos que as informações sobre seu aumento patrimonial "nasceram em São Paulo," segundo o senador Wellington Dias (PI), que também participou do encontro. De acordo com Dias, a oposição estaria tentando fazer um "terceiro turno das eleições".

Dilma fica irritada com Wellington Dias

Durante todo o tempo da sabatina, Dilma esteve ao lado de Palocci pedindo que ele detalhasse melhor esse ou aquele ponto mais nebuloso. Dilma, Palocci e os senadores petistas criticaram muito o que chamaram de politização do caso Wtorre/Receita, repetindo que a devolução milionária do imposto se deu em função de uma decisão judicial, e não tráfico de influência do dono da Projeto.

Em suas explicações, o ministro Palocci jurou que fez exatamente o que declarou, tudo dentro da lei e que continuaria se negando a revelar sua carteira de clientes e valores recebidos. E se as empresas quisessem se declarar, seria por sua própria conta e risco, pois correriam o risco de ficarem vulneráveis a uma devassa da Imprensa, como aconteceu no caso da WTorre. O ministro, entretanto, ao contrário de Lula, disse que a imprensa estava cumprindo seu papel de investigar.

O senador Wellington Dias (PT-PI) foi o único que teve coragem de cobrar ocupação de cargos. Dilma não gostou.

- Olha aqui! Eu vou aproveitar que você tocou nesse assunto para deixar uma coisa bem clara! Eu me nego terminantemente a tratar de cargos junto com a votação do Código Florestal! - esbravejou Dilma, encerrando o assunto.

Logo depois ele mostrou seu lado ternura, quando o neto, Gabriel, começou a tagarelar numa sala próxima, quebrando seu raciocínio:

- Olha aí, eu tenho que viajar a China, tratar de Código Florestal e ainda cuidar do meu netinho!

Aos líderes, Dilma pediu também atenção especial à tramitação da emenda que muda o rito das medidas provisórias (MPs), relatada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG).