14/10/2011 10h20 - Atualizado em 14/10/2011 10h44

Polícia deve ouvir no sábado dono de lanchonete que explodiu no Rio

Em estado de choque, proprietário foi internado, mas já teve alta.
Para delegado, ficou comprovado que houve vazamento de gás.

Do G1 RJ

O dono da lanchonete Filé Carioca, que explodiu no Centro do Rio na manhã de quinta-feira (13), matando três pessoas e ferindo 17, deve ser ouvido no sábado (15) pelo delegado Antônio Ferreira Bonfim Filho, da 5ª DP (Mem de Sá). Ele foi internado no Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, na Zona Norte, em estado de choque logo após a explosão, mas já teve alta. Até a noite de quinta, outras quatro vítimas permaneciam internadas, sendo três em estado grave.

Procurado pelo G1 nesta sexta-feira (14), o advogado do proprietário, Bruno Castro da Rocha, informou que seu cliente está muito abalado após a explosão e ainda não tem condições de ir à delegacia. "Possivelmente não será hoje. Ele ainda está abalado. Não é interessante que (o depoimento) seja hoje", disse. 

Vazamento de gás
Para o delegado responsável pela investigação foi comprovada a existência de vazamento de gás. Bonfim baseou sua conclusão no depoimento das 12 testemunhas já ouvidas sobre o caso.

“Nós já fizemos contato e estamos esperando as declarações do dono. O vazamento já está comprovado devido às informações das testemunhas. Todas as pessoas que contribuíram com a situação vão ser responsabilizadas”, disse o delegado disse na quinta (13).

Segundo explicou, se o dono tinha consciência do vazamento de gás e não tomou qualquer medida pode vir a responder até por homicídio por dolo eventual.

"Mas só as investigações vão chegar objetivamente a responsabilizar alguém. Ele pode responder por uma série de outros crimes, mas vamos primeiro verificar o que temos e o que leva à responsabilidade da pessoa dele”.

Depoimentos
As testemunhas ouvidas pela polícia afirmaram que havia forte cheiro de gás no interior da lanchonete. Segundo o jornaleiro Jorge Luis Rosa Leal, o funcionário que morreu no local disse a ele que o  cheiro de gás estava “insuportável”.

O sushiman, identificado como Josimar, outro que morreu no local, também afirmou ao jornaleiro que o gás estaria vazando desde terça-feira (11).

Jorge contou ainda que o chef de cozinha, Severino Antônio, perguntou se ele tinha o telefone do dono da lanchonete, pois precisava avisar sobre o cheiro de gás. Ele também morreu na explosão.

Câmera mostra explosão

Uma câmera de monitoramento da Prefeitura do Rio registrou o momento da explosão. 

O comandante do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, afirmou que a lanchonete não tinha autorização para usar gás combustível e não tinha todos os documentos  necessários para seu funcionamento. A Companhia Distribuidora de Gás do Rio (CEG) informou, por meio de nota na quinta-feira, que "desde 1961 não fornece gás canalizado para o prédio".

Oito andares atingidos
A lanchonete funcionava num prédio de 11 andares. Com o impacto da explosão, oito andares foram atingidos. Segundo laudo dos bombeiros, no prédio não poderia ser usado gás combustível, seja sob a forma de cilindros de GLP ou canalizado de rua, não sendo admitido abastecimento de qualquer tipo de gás combustível sem prévia autorização.

veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de