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Meia de Buenos Aires é 'invadida' por brasileiros que são só elogios à prova

Prova rápida, mesmo com algumas subidas, e que passa por vários pontos turísticos da cidade encanta com músicos espalhados ao longo do percurso

Por Rio de Janeiro

A Meia Maratona de Buenos Aires foi um sucesso. Diversos brasileiros puderam participar de uma prova de longa distância internacional sem, para isso, ter que estourar o orçamento ou tirar férias.

Corrida Buenos Aires (Foto: Arquivo pessoal)Claudio Vieira exibe orgulhoso sua medalha: elogios à prova (Foto: Arquivo pessoal)

País vizinho e com o câmbio desvalorizado, a Argentina está na moda. Até Marílson Gomes, o principal nome do país em corrida de longa distância, passou por lá e faturou o título.

Corrida Buenos Aires (Foto: Arquivo pessoal)Claudio em momentos antes da largada da prova de
21 quilômetros (Foto: Arquivo pessoal)

Dentre os milhares de inscritos, estava lá Claudio Vieira estreando em provas internacionais. A viagem, é claro, veio acompanhada de turismo.

- Por possuir família no local, vou esticar até quinta-feira. Quero conhecer os estádios do Boca e River, passear por Porto Madero e outras localidades turísticas – conta Claudio.

Claudio tem apenas 26 anos, mas sua história com a corrida é de longa data.

Corrida Buenos Aires (Foto: Arquivo pessoal)Claudio: paradas para foto (Foto: Arquivo pessoal)

Faz 11 anos que ele corre e, quando perguntado sobre sua estratégia e novos desafios, ele ri e responde:

- A minha estratégia é sempre a mesma, basicamente: correr, correr, correr...

Mas em Buenos Aires as atrações turísticas tiveram um peso grande para Claudio.

- Gostaria de ter feito a base de 1h55m, mas a prova foi um passeio. Parei para tirar fotos e perdi muito tempo. Não conhecia o percurso, a altimetria é quase nula e a prova passa por muitos pontos turísticos, além disso, a cada 1,5 km havia uma banda ou cantor animando os atletas – conta ele.

 

Nelton Araújo também aproveitou a ida até Buenos Aires para dar aquela esticadinha. Ele passou a semana por lá. Durante a prova, no entanto, o foco era 100 por cento na sua performance.

- Quanto ao clima emocional, foi uma prova bem bacana, bem alegre. Mas nada comparado a qualquer prova no Brasil. Aqui eles são mais fechados, mais concentrados. Para mim, é ótimo, porque quando é dada a largada, sou foco total e altamente competitivo – revela ele.

Corrida Buenos Aires (Foto: Arquivo pessoal)Nelton no grupo de amigos (Foto: Arquivo pessoal)

E toda essa concentração lhe rendeu bons frutos.

- Confesso que fui mais rápido do que imaginava. Logo encaixei um bom ritmo e fiquei nele. Após os 15 km, olhei para o relógio, vi que estava com um bom tempo, que estava cansado, mas me sentindo bem. Então, aumentei o ritmo. Fui muito bem. Fiz o tempo exatamente que queria fazer, 1h22m30s – comemora Nelton.

 

E isso tudo mesmo sendo surpreendido com frio - estava apenas seis graus na hora da largada - e ladeiras inesperadas:

- A prova é mais dura que se apresenta e não é tão plana quanto dizem. Ela tem várias subidinhas que quebram quem está menos preparado e faz diminuir o tempo. Mas, no geral, é uma prova veloz, excelente.

Corrida Buenos Aires (Foto: Arquivo pessoal)Nelton e sua amiga, Marina, tremendo de frio antes
da largada da prova (Foto: Arquivo pessoal)

Nelton é muito ligado nos amigos. Durante todo o seu relato, o corredor ressalta a importância deles no seu bom resultado, como forma de incentivo. Ele conta que, mesmo com câimbras, ao chegar, resolveu voltar para acompanha sua amiga, no quilômetro 18, e que ela atravessou a linha chorando por baixar seu recorde pessoal em mais de oito minutos.

- Simplesmente emocionante – diz ele.

Além disso, Nelton descreve a corrida como sendo a prova da amizade. Brasileiros trocaram gentilezas durante o percurso e o corredor conta, também, que, ao saber que o brasileiro Marílson vencera a prova, o resultado foi comemorado como gol do Brasil.