Economia Emprego

Tecnologia da informação, que não para de abrir vagas, se ressente de falta de gente especializada

O setor de tecnologia da informação (TI) emprega atualmente 1,2 milhão de pessoas no país. Este é um número expressivo, mas ainda insuficiente diante da perspectiva de crescimento que se avizinha: segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), as projeções apontam para um déficit de quase 92 mil profissionais. Além disso, a expectativa é de que o país precise incorporar 750 mil novos trabalhadores ao mercado de TI até 2020, para aumentar em 50% o peso do setor no PIB, atingindo a meta de 6%.

- Nem é preciso ir tão longe. Para 2013, projeta-se mais 140 mil - diz o diretor de Educação e Recursos Humanos da Brasscom, Sergio Sgobbi, explicando a razão de tamanho crescimento. - Hoje em dia, muito mais do que há alguns anos, todo mundo usa TI em seu cotidiano. E cada vez mais, vários setores o fazem como meio e não como fim, criando, assim, esse cenário de demanda por profissionais.

Para Benito Paret, presidente do Sindicato das Empresas de Informática (Seprorj), o problema é mais qualitativo do que quantitativo.

- Sentimos mais a falta de profissionais qualificados e com conhecimentos específicos - registra Paret, que está coordenando uma pesquisa junto a 72 empresas justamente para levantar o perfil de mão de obra especializada que o mercado está requisitando no momento.

Hoje, existem quatro grandes tendências para o mercado de TI nos próximos anos: cloud computing (computação em nuvem, tecnologia que permite o processamento de informações em qualquer lugar do mundo por meio da internet); redes sociais; gestão de segurança; e mobile development (mobilidade).

- Há uma sinergia muito forte entre esses quatro campos. Eles são interligados e criam vários nichos - explica Sgobbi.

E, ao contrário de outras áreas, como a construção civil, a de tecnologia da informação não deve necessariamente sofrer tanto impacto em razão da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

- As atividades paralelas, de mobilidade, hospedagem e segurança, que são itens estratégicos, deverão ampliar essa demanda e as empresas locais estão começando a se preparar, mas não é algo que vá transformar radicalmente o mercado de trabalho - acredita Benito Paret.

Por conta dessa expansão natural, que acompanha as evoluções da era da globalização, o profissional de TI recebe hoje uma remuneração acima da média nacional.

- O salário médio em tecnologia da informação é de R$ 2.900, enquanto o do trabalhador brasileiro (de nível superior) em geral é de R$ 1.490 - ressalta o diretor da Brasscom.

Leia a íntegra desta reportagem no Globo Digital (conteúdo exclusivo para assinantes).