Fábrica vai voltar a fabricar discos de vinil em 2009. A foto mostra Carlinhos, dono da loja de LPs Disco 7, em São Paulo. (Foto: Daigo Oliva / G1)
O disco de vinil vai bombar no Brasil. A previsão é de João Augusto, novo dono da Polysom, única fábrica de LPs da América Latina. Localizada em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, ela ficou desativada até ser comprada pelo presidente da Deckdisc, no início deste ano. Prestes a voltar a funcionar, a empresa não tem vínculos com a gravadora e deve produzir 40 mil peças por mês, segundo ele contou ao G1.
“A Polysom é uma companhia inteiramente independente que vai atender a todas as gravadoras. A Deckdisc vai ser tão cliente dela quanto as outras gravadoras e os artistas independentes. Há uma gama muito grande de independentes que tem essa demanda por vinil”, diz João Augusto.
Na
era do MP3, disco de vinil recupera espaço entre os fãs de música
A data da conclusão da reforma, que começou em
maio, depende de diversos fatores, mas a Polysom deve reabrir
suas portas “ainda este ano, com certeza”. De acordo com o
proprietário, a capacidade de produção será de 40 mil discos por
mês. “Isso só no começo, depois pode aumentar. Acredito numa
demanda alta porque já tem muitos interessados.”
Como não se fabrica mais maquinário para prensar
discos de vinil, todo o equipamento da Polysom é reaproveitado.
“Tudo está sendo recuperado, desde a mesa de corte até as
prensas. A gente desmonta e troca várias peças, mas a carcaça é
a mesma de décadas atrás.”
A Polysom vai vender o produto semi-acabado.
Caberá às gravadoras colocar a capa, embalar e vender. O preço
final também vai depender delas. “No que diz respeito ao custo
de fabricação do vinil aqui, estou tentando fazer com que o
preço seja duas vezes e meia menor do que lá fora”, diz João
Augusto. “Vou conseguir fazer aqui um produto muito mais barato
do que o que vem de fora. O problema do Brasil é que as taxas
são muito altas.”
Nos Estados Unidos, as vendas de discos de vinil
aumentaram 50% em relação ao ano passado, de acordo com dados
divulgados pela Soundscan. Segundo a empresa, a estimativa é que
sejam vendidos 2,8 milhões de LPs no país até o final do ano –
esta é a marca mais alta desde que a Soundscan passou a
acompanhar o setor, em 1991.
‘Da lama ao caos’ completa 15 anos e ganha reedição em vinil
A gravadora Sony acaba de lançar a série “Meu
Primeiro Disco”, que traz de volta ao mercado álbuns históricos
num formato de luxo em edição limitada. Cada exemplar contém o
LP original com áudio remasterizado fabricado nos EUA e um CD.
A primeira edição do projeto reúne os trabalhos de estreia de Chico Science & Nação Zumbi, Vinícius Cantuária, Engenheiros do Hawaii, Inimigos do Rei e João Bosco. Serão 30 títulos ao todo, incluindo álbuns do Skank, Zé Ramalho, Sérgio Dias e Maria Bethânia. Cada disco custa em torno de R$ 150.
“‘Da lama ao caos’ é o primeiro e mais importante disco de nossa
carreira”, diz Lúcio Maia, guitarrista da Nação Zumbi. “Ali
estão as ideias de anos de expectativa por uma consolidação
profissional. Tudo aconteceu da melhor maneira possível. Não
imaginávamos que um dia o álbum seria tão importante para a
música brasileira. Mudamos o conceito de ‘MPB é uma m..., o
negócio é imitar gringo’”, reflete o músico, que só compra
vinil.
“Não sei quantos LPs eu tenho, mas minha coleção
tem de tudo. A maior parte de música brasileira, depois jazz,
depois Jamaica, alguns de funk, outros de rock, vários do Fela
Kuti, Hendrix, trilhas sonoras...”
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