26/08/2011 10h28 - Atualizado em 24/10/2011 16h51

Estresse, alimentação, obesidade e cigarro podem influenciar fertilidade

Ginecologista José Bento esteve presente no programa desta sexta (26).
Ao lado dele, urologista Sandro Esteves falou sobre fertilidade masculina.

Do G1, em São Paulo

Ter filho não é tarefa fácil: exige cuidados intensos desde o primeiro mês de gestação até, pelo menos, os 18 anos de idade. Alimentação, educação, saúde e vestuário são itens imprescindíveis que os pais devem levar em conta no planejamento familiar.

Mas, muitas vezes, o problema começa bem antes disso – na hora de engravidar. O casal decide que quer ter um bebê, mas não consegue. A ansiedade e o excesso de expectativa atrapalham demais nessa hora. Em vários casos, o único problema do homem e da mulher é psicológico, e não falta de fertilidade.

O ginecologista e consultor José Bento esteve presente no Bem Estar desta sexta-feira (26) para explicar como fatores como estresse, alimentação, obesidade e cigarro podem influenciar na capacidade de concepção. Ao lado dele, o urologista Sandro Esteves comentou as diferenças entre a fertilidade masculina e a feminina.

fertilidade (Foto: Arte/G1)

Os médicos citaram os exames que devem ser feitos e as vacinas que precisam ser tomadas por ambos os pais antes da gravidez. Os especialistas também explicaram como funciona o método Billings, usado para avaliar o muco cervical da mulher.

José Bento recomendou a quem quer ter filhos os três Ps: paciência, perseverança e persistência. Em um mês, segundo ele, as chances de uma mulher normal engravidar varia de 15% a 18%. A partir do 10º dia do ciclo menstrual, já pode haver mais chances de uma fecundação.

A pílula, segundo o ginecologista, não prejudica a fertilidade, e protege a mulher de doenças como endometriose, infecções e cistos no ovário. Além disso, José Bento disse que ter miomas no útero pode impedir a gravidez, dependendo do tamanho e da localização do tumor.

Estresse
O estresse, a pressão e a ansiedade reduzem a testosterona entre os homens, que perdem a libido e complicam a dinâmica do casal. A pressão de ter um filho também atrapalha e aí não só a pressão do casal, mas a da família também.

Obesidade
Está cientificamente comprovado que o excesso de peso diminui a fertilidade. Hoje no Brasil, 50% dos homens em idade reprodutiva estão com sobrepeso e 31% estão obesos. Se o ritmo continuar dessa forma, o país alcançará os EUA, onde metade dos homens em idade reprodutiva é obesa.

A perda da fertilidade entre os obesos está associada à leptina, hormônio produzido pelas células de gordura. Ele pode aumentar a temperatura dos testículos, que precisam estar cerca de 2° C abaixo da temperatura corporal para funcionar. Com esse aquecimento, a produção de espermatozoides fica prejudicada.

Cigarro
As milhares de toxinas presentes no cigarro provocam uma reação de defesa do organismo. O sangue aumenta a produção de glóbulos brancos, que vão para órgãos como pulmão, estômago, intestino e testículos.

Esses leucócitos chegam aos testículos e fabricam os chamados radicais livres, com a intenção de combater as toxinas. Isso afeta o sêmem e destrói os espermatozoides, que são células sem muitas defesas.

Alimentação
Uma dieta equilibrada é fundamental para a saúde e também para a reprodução humana. É importante ter no cardápio todos os tipos de alimentos, além dos que têm função antioxidante, essenciais para combater os radicais livres e preservar a fertilidade.

Frutas vermelhas (morango, uva e tomate), vegetais verde-escuros (rúcula, agrião, brócolis e manjericão) e mamão papaia são ótimas opções.

Exames pré-nupciais

Homens

- Exame de sangue: com sorologia para testar HIV, hepatites B e C e sífilis
- Espermograma: pode ser um indicador de fertilidade, pois mostra a quantidade e a qualidade de sêmen

Mulheres

- Exame de sangue: com sorologia para testar HIV, hepatites B e C, toxoplasmose e sífilis, além de rubéola, que pode gerar má formação no feto
- Exame de fezes: é um bom teste para checar se a mulher tem verminoses
- Exame de urina: a infecção urinária é um problema para quem quer engravidar, porque pode reduzir a fertilidade e até indicar problemas maiores
- Ultrassom dos ovários e do útero: é importante para saber se a mulher tem ovário policístico, mioma, pólipo, endometriose ou alguma alteração anatômica do útero. Ele deve ser feito até o terceiro dia do ciclo menstrual. Esse exame também pode checar a contagem dos folículos, essenciais para a gestação. Se o número estiver menor que seis, é um sinal de que a reserva de óvulos está baixa

Método de ovulação Billings
É uma técnica natural para observar a fertilidade da mulher, por meio do muco cervical. Quando o muco está escorregadio, a chance de concepção é maior. O último dia em que o muco está presente indica o ápice de fertilidade do ciclo menstrual. O método serve tanto para quem quer engravidar quanto para quem não quer.

Ao longo do mês, a mulher percebe um corrimento maior na vulva. O pico de ovulação dura de 3 a 6 dias.

Vantagens
- Ajuda a mulher a conhecer melhor o funcionamento do próprio corpo

- Incentiva o casal a dialogar

- Educa o homem a ter co-responsabilidade

Dicas
- Evitar relação sexual nos dias de forte sangramento da menstruação

- No caso de a mulher não querer engravidar, fazer sexo apenas no período pré-ovulatório e em dias alternados

- Quando a mulher chega ao ápice da ovulação, fica mais lubrificada. Quem quer ter filho deve esperar quatro dias para voltar a ter contato genital e relações
 

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