15/10/2011 09h02 - Atualizado em 15/10/2011 21h03

'Indignados' se mobilizam para realizar protestos em 82 países

Manifestações são esperadas em 951 cidades neste sábado (15).
Protestos já ocorreram na Austrália, Taiwan, Hong Kong e Coreia do Sul.

Do G1, em São Paulo, com agências internacionais

protesto dos indignados na Itália (Foto: AFP)Manifestantes caminharam pelas ruas de Roma, na
Itália, neste sábado. Um carro estacionado
no caminho do protesto pegou fogo (15) (Foto: AFP)

Manifestantes saíram para as ruas de cidades de todo mundo neste sábado (15) em protesto contra o sistema financeiro, "ganância corporativa" e cortes orçamentários realizados por alguns governos.

Os organizadores das marchas acreditam que manifestações sejam realizadas em até 951 cidades de 82 países, inspiradas no "Ocupe Wall Street" (Occupy Wall Street, em inglês), iniciado em Nova York, nos Estados Unidos. Em seu site, o movimento convocou a manifestação contra o sistema econômico em cidades ao redor do mundo. Redes sociais como Facebook e Twitter, além de blogs, foram usados para divulgar a realização dos protestos no dia 15 de outubro.

Em Nova York, cerca de 2.000 pessoas marcharam da área financeira, ao sul da ilha de Manhattan, em direção à área turística de Times Square, neste sábado. A polícia prendeu 24 pessoas por "por alteração da ordem pública", segundo a agência EFE. A France Presse informou que a polícia entrou em confroto com os manifestantes e uma pessoa ficou ferida.

Policiais prendem uma manifestante durante protesto na Times Square, em Nova York (Foto: Eduardo Munoz/Reuters)Policiais prendem uma manifestante durante protesto na Times Square, em Nova York (Foto: Eduardo Munoz/Reuters)

Em todo o mundo, já houve manifestações em Hong Kong, Taiwan, Japão, Austrália, Itália, Bósnia, Romênia, Alemanha, Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Bélgica, Suíça, Holanda, Canadá e Portugal.

Na Alemanha, 5 mil pessoas, segundo a polícia local, se reuniram diante da sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt. Nos cartazes dos manifestantes era possível ler, entre outros lemas, "Acabemos com a ditadura do capitalismo".

Em Londres, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, participou do movimento. O site divulgou milhares de mensagens confidenciais de governos. "Espero que este protesto resulte em um processo semelhante ao que vimos em Nova York, Cairo e Tunísia'", disse Assange à multidão.

Em Roma, na Itália, milhares de manifestantes se reuniram nas ruas, mas alguns colocaram fogo em carros e quebraram vitrines de lojas. Houve confronto com a polícia e ao menos 70 ficaram feridos.

Ainda na Europa, cerca de 40 mil pessoas se reuniram, entre Lisboa e Oporto, para protestar em Portugal contra novas medidas de austeridade. Algumas conseguiram furar o cerco da polícia e entrar no parlamento.

Em Taiwan, mais de 100 pessoas – embora os organizadores esperassem que cerca de 1,5 mil aparecessem – responderam a convocação do "15-O", em referência ao dia 15 de outubro, e se manifestaram na entrada do arranha-céu Taipé 101 cantando palavras de ordem como "Somos 99% de Taiwan".

Em Hong Kong, cerca de 200 pessoas responderam ao chamado dos "indignados" e se concentraram nas imediações da Bolsa local, levando cartazes com palavras de ordem como "os bancos são um câncer", segundo a Rádio Televisão de Hong Kong.

Em Montreal, cerca de 300 manifestantes se concentraram na praça Victoria, no centro da cidade, para discutir bancos, falta de dinheiro e o futuro. Como em outras partes do mundo, eles  usavam a máscara de Guy Fawkes, de 'V de Vingança', que também é usada pelo grupo Anonymou.

Em Madri, a manifestação não teve a permissão das autoridades, e começou com apitos e um "panelaço" na porta principal do Banco da Espanha. Os "indignados" gritaram "culpados, culpados" ao passar pelo banco.

Desde o surgimento do movimento, que teve início com um protesto de centenas de pessoas em Madri no dia 15 de maio, os "indignados" e grupos de filosofia parecida, como "Ocuppy Wall Street", querem fazer deste 15 de outubro (15-0) um dia simbólico, reunindo-se diante de sedes financeiras como Wall Street, a City de Londres ou o Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt.

Manifestantes usam máscaras de Guy Fawkes em protesto na Coreia do Sul (Foto: Park Ji-Hwan/AFP)Manifestantes usam máscaras de Guy Fawkes, das histórias em quadrinhos e do filme 'V de Vingança' em protesto na Coreia do Sul (Foto: Park Ji-Hwan/AFP)

Em Sydney, as ruas diante do Banco Central da Austrália foram tomadas por cerca de 2 mil manifestantes, entre representantes aborígenes, sindicalistas e comunistas, segundo a agência Reuters.

Em Tóquio, centenas de pessoas fizeram passeata, incluindo alguns manifestantes da causa anti-nuclear. Outras dezenas protestaram em frente à embaixada dos Estados Unidos em Manila segurando cartazes com os dizeres "Abaixo o imperalismo norte-americano" e "As Filipinas não estão à venda".

O site da organização, o "15october.net", traz uma mensagem para que os manifestantes "unam suas vozes para dizer aos políticos e às elites financeiras que cabe ao povo decidir o futuro".

A onda de protestos deste sábado ocorre simultaneamente a um encontro do G20 na França, em que políticos tentam encontrar formas de enfrentar a crise da dívida que se espalha pelos países da zona do euro.

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