21/12/2011 14h52 - Atualizado em 21/12/2011 14h52

Infectologista alerta sobre doença transmitida por pombos, em GO

Adolescente de 17 anos morreu em consequência da doença em Anápolis.
Criptococose é transmitida por fungos encontrados nas fezes secas do animal.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera

A falta de predadores está favorecendo a proliferação de pombos, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com o médico infectologista Marcelo Daher esses pássaros transmitem uma doença que pode levar a morte.

A criptococose é transmitida por fungos (Cryptococcus neoformans) encontradas nas fezes secas do animal. De acordo com o infectologista a doença não é comum, e o índice de mortalidade pode ser de 60% a 70% em pacientes com Aids ou outra doença imunodepressiva. “O aumento da população dessas aves nos centros urbanos favorece o aumento da incidência da enfermidade”, diz.

A situação é mais complicada nas praças, pois as pessoas ficam com pena e alimentam as aves. “Os pombos dormem e fazem ninhos nas casas próximas a às praças, aumentando os riscos para quem mora nessas regiões”, observa o médico.

Vítima
Uma adolescente de 17 anos morreu em consequência da criptococose, no mês de março, em Anápolis. Marcelo Daher comenta que é difícil determinar como ocorreu o contágio, pois a doença não é crônica. A jovem já vinha com os sintomas há alguns dias, até chegar ao consultório com um quadro mais avançado. Ela ficou em tratamento durante um ano e morreu.

“Uma característica marcante da enfermidade é que não é possível acabar totalmente com o fungo. O tratamento é demorado e muito caro. Algumas vezes, o paciente não resiste e morre”, relata.

O caso de criptococose na adolescente foi confirmado depois uma punção lombar e da análise do líquor. “O exame foi feito para detectar um quadro de meningite que a garota também apresentava na época. A criptococose pode causar várias manifestações”, diz o infectologista.

O médico comenta que a doença não é tão comum e se manifesta com maior gravidade em pacientes com aids ou alguma doença imunodepressiva. “O índice de mortalidade para esse tipo de paciente é mais elevado, entre 60% e 70%. Anualmente, morrem de três a seis pessoas com enfermidades ligadas à baixa imunidade todos os anos”, afirma.

Os sintomas da criptococose podem ser confundidos com uma meningite menos aguda, com dor de cabeça, vômito e febre. “A diferença é que o quadro é menos agudo e se arrastam por mais tempo”, explica Marcelo. A doença também pode provocar um quadro pulmonar com tosse e falta de ar, também menos intenso, que vai piorando com o tempo.