Edição do dia 23/11/2011

23/11/2011 07h42 - Atualizado em 23/11/2011 07h46

Pacientes que precisam de cirurgia bariátrica fazem fila em hospital de AL

O atendimento do SUS para quem precisa fazer a cirurgia de redução de estômago é direito garantido em lei, mas há muita fila e descaso.

Uma questão de saúde: a lei garante que pessoas com obesidade mórbida tenham o direito de fazer gratuitamente a operação de redução de estômago pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas quem entra na fila descobre que não é bem assim.

Ir ao hospital faz parte da rotina do segurança Josinaldo Martins há três anos. Ele tem obesidade mórbida e espera fazer a cirurgia de redução de estômago pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Chega o momento em que a gente às vezes fica um pouco estressado exatamente pela dificuldade dos exames e de consulta”, reclama.

Um grupo não consegue nem fazer os exames pré-operatórios no Hospital Universitário (HU) em Maceió. “Nos cinco anos que estou na cidade, eu nunca consegui fazer nenhuma endoscopia, nem um ultrassom dentro do hospital”, comenta a musicista Kíssia Barros.

“A demanda faz com que os exames demorem. Além disso, nós temos alguns problemas de manutenção e alguns problemas de equipamentos. Nós, no momento, estamos com a endoscopia quebrada”, alegou Alberto Fontan, chefe do serviço de cirurgia do hospital.

O HU é o único hospital de Alagoas a fazer a operação pela rede pública. Ao todo, 250 pessoas aguardam na fila. A média de espera é de um ano e meio. Depois de conseguir fazer os exames, eles enfrentam mais uma dificuldade: a capacidade é de oito cirurgias desse tipo por mês, mas o hospital só tem feito a metade.

A direção do hospital decidiu suspender novas inscrições para cirurgias. No Rio Grande do Sul, a cirurgia pelo SUS é feita em quatro hospitais. O tempo de espera varia de dois meses a dois anos. Em Minas Gerais, o paciente pode esperar de seis meses a três anos.

Em Sergipe, as operações foram suspensas no hospital universitário que, assim como em Alagoas, é o único do estado a fazer o procedimento. Faltam equipamentos. “Eu estou sem nenhuma renda, porque eu não posso trabalhar esperando essa cirurgia que é a esperança de um futuro digno”, disse a cabeleireira Ana Lúcia Dantas.
 

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