Economia

‘Planos de contenção de acidentes são ineficientes’

Geólogo americano John Amos estima ritmo de vazamento em quase 4 mil barris de petróleo/dia

O geólogo John Amos, presidente da ONG americana SkyThruth, estima o ritmo de vazamento na Bacia de Campos em quase 4 mil barris de petróleo/dia, muito acima da estimativa oficial. Primeiro a alertar o governo dos EUA de que o derrame da BP no Golfo do México, em 2010, era 20 vezes maior que o divulgado, ele chama atenção para os riscos da busca frenética por óleo.

O GLOBO: Como o senhor chegou ao cálculo de que o vazamento na Bacia de Campos é bem maior que o divulgado pela Chevron?

JOHN AMOS: Analisamos imagens de satélite da Nasa que mostram a mancha de petróleo no mar. As imagens são públicas e datam de 9 de novembro, quando a mancha é captada pela primeira vez pela agência, e do dia 12 de novembro. Depois disso, o céu nublado não nos permite ver o que aconteceu. Com base na dimensão da $nesses dois momentos, concluímos que o ritmo do vazamento nesse período tenha sido de 3.738 mil barris por dia ou cerca de 15 mil barris no total.

O GLOBO: Isso é considerado um vazamento de grande proporção?

AMOS: O governo americano considera que qualquer vazamento de mais de 2.300 barris é grande.

O GLOBO: Acidentes como este e como o da BP, no Golfo do México, em 2010, devem servir de alerta para autoridades e empresas?

AMOS: À medida que buscamos petróleo desesperadamente, essa atividade vai ficando mais arriscada. Isso nos faz refletir sobre como e se os órgãos reguladores devem permitir esse tipo de atividade. Os planos de contenção de acidentes têm se mostrado ineficientes. No Golfo do México, a BP só conseguiu limpar 10% do óleo derramado.