23/12/2011 11h32 - Atualizado em 23/12/2011 11h32

Jovens da periferia de Campos tocam Villa Lobos no Carnegie Hall

Faltando dois concertos para o fim da turnê por Nova York, o grupo se apresenta pela última vez com a orquestra completa. Os que ficaram, encaram a responsabilidade de tocar no Carnegie Hall.

Do Ação

“Seco é a acústica. O som não se propaga, não vibra tanto, então o músico tem que trabalhar mais no arco, no caso das cordas, para ter mais som, pra reverberar mais. Mais intensidade, pra que o som chegue lá com essa, com todo vigor, toda energia”, explica o maestro Jony.

Pela última vez nos Estados Unidos, a orquestra completa se reúne nos bastidores. “Eu queria deixar isso que nós temos de escolher o caminho, em qualquer área da vida, a gente tem que fazer a escolha do caminho. Ser determinados e ir até o final e se a gente faz isso olha onde paramos. Que essa viagem seja exemplo de que nós podemos quando queremos, sendo puros de coração e determinados, dentro de uma coisa honesta, a gente consegue, acho que serviu de exemplos na nossa vida e vamos para outros lugares? Vamos, demorou e vamos escolher o caminho desde já? Vamos”, reforça o maestro.

Essa emoção toda chega ao palco. Com leveza e virtuosismo na peça de Tchaikovsky, a orquestra ganha aplauso até do maestro. O concerto logo vira um show. Os instrumentos rodopiam e os jovens acenam para a plateia.

O arranjo especial de Asa Branca deveria fechar o concerto, mas alguém na plateia se manifesta e a apresentação ganha mais duas músicas.

O diretor da escola fica de queixo caído. Ele explica que levou a orquestra para mostrar para seus alunos que é possível e admite que ficou com inveja.

Para um pequeno grupo a missão ainda não acabou. Ficou para eles o último e o mais importante dos desafios. A orquestra vai se apresentar no Carnegie Hall.

Do Carneirão para o Carnegie Hall. Como jogadores, eles fazem o ultimo reconhecimento do campo. A sala tem uma acústica precisa, que assusta.

Ali onde estiveram Pavarotti, Rachmaninoff, Maria Callas agora estão Odilon, Alessandro, Elizimara. Jovens da periferia de Campos tocando Villa Lobos no Carnegie Hall.

Mateus, no auge dos seus 10 anos, abre com um solo a parte brasileira e mais uma vez, eles triunfam e tiram elogios de uma plateia crítica.

A compositora americana diz que sentiu muita emoção ao ver crianças tocando tão bem e a professora de música nova-iorquina também aprova. Ela pergunta sobre a idade das crianças e completa: “música é para ser divertido”. Eles fazem da música algo muito divertido.

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