22/12/2011 21h34 - Atualizado em 22/12/2011 21h34

Aeroviários param em cinco aeroportos do país, diz sindicato

Snea contesta informação e diz que movimento 'não tem fôlego'.
Aeronautas aceitaram proposta das empresas e cancelaram greve.

Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo

Aeroviários (trabalhadores das companhias aéreas em solo) de cinco aeroportos brasileiros paralisaram as atividades no final da tarde desta quinta-feira (22), segundo informações do Sindicato Nacional dos Aeroviários. A paralisação, de acordo com a entidade, afeta os aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Brasília e Confins (Belo Horizonte).

O sindicato afirma que a manifestação é organizada pelos próprios aeroviários, independente da entidade.

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), no entanto, contesta a informação. Segundo o negociador Odilon Junqueira, não há paralisação. Em Belo Horizonte, de acordo com ele, houve um problema já restabelecido.

“As operações no Rio já estão totalmente restabelecidas. Teve um tumulto, que atrapalhou um pouco. Mas é um movimento sem fôlego, não vai além de amanhã", disse Junqueira ao G1. "Não se pode fazer uma greve onde não há adesão de uma parte substancial dos empregados". O representante do Snea contesta a legalidade do movimento. Ele afirma que a representação da categoria é do sindicato municipal, filiado à Força Sindical, que entrou em acordo com o Snea já na terça-feira.

Aeronautas cancelam greve
Mais cedo, os sindicatos dos aeronautas (funcionários em voos) filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT) decidiram, em assembleias realizadas nesta quinta-feira, aceitar a proposta de reajuste salarial de 6,5% e 10% de alta nos pisos, apresentada pelo Snea. Com isso, a greve programada para ter início às 23h desta quinta foi cancelada.

Segundo a Fentac, os aeroviários (funcionários das empresas em terra) de Guarulhos e Pernambuco também aceitaram a proposta.

Em audiência pública realizada na segunda-feira no Tribunal Superior do Trabalho (TST), aeronautas e aeroviários representados pela Fentac não haviam chegado a um acordo com as companhias aéreas em relação ao reajuste salarial.

Inicialmente, eles pediam um reajuste salarial de 10%. No decorrer das negociações, entretanto, ambas as categorias concordaram que poderiam baixar o pedido para um reajuste de 7%, desde que o vale refeição e a cesta básica fossem reajustados em 10% (o que as companhias aéreas concordaram). O que emperrou as tratativas foi que depois as empresas aéreas aceitaram somente um reajuste de 6,17% - relativo à variação do INPC - uma diferença de 0,83%.

De acordo com Uébio José da Silva, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aéreos, os aeronautas do município de São Paulo, da base da Força Sindical, também não entrarão em greve.

Reunião no TRT entre aeroviários de SP e empresas terminou sem acordo (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Reunião no TRT entre aeroviários de SP e empresas terminou sem acordo (Foto: Darlan Alvarenga/G1)

Aeroviários de SP decidem sobre greve depois do Natal
Mais cedo, terminou sem acordo a audiência entre o Snea e o Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo, filiado à Força Sindical, que representa cerca de 30 mil trabalhadores do setor nos aeroportos de Congonhas, Viracopos e outros no interior do estado.

O Snea manteve a proposta – aceita na última terça pelos aeroviários do município do Rio de Janeiro e do Amazonas – de reajuste salarial de 6,17%, exceto piso salarial, vale refeição e cesta básica, que serão corrigidos em 10%.

Na reunião em São Paulo, o sindicato pediu aumento de 8,5%. O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Jonas Santana de Brito, propôs que as empresas chegassem a um reajuste de 7% (6,56% do IPCA-15 e 0,44% de aumento real), o que foi rejeitado pelos representantes do Snea, que sinalizaram apenas com a possibilidade de aceitar o índice de 6,5%, desde que confirmada pela categoria em assembleia.

Os trabalhadores devem realizar somente na segunda-feira uma assembleia no aeroporto de Congonhas para avaliar os rumos do movimento e a possibilidade de uma greve geral. Mas até lá, a categoria não deverá realizar novas paralisações, como a ocorrida na manhã desta quinta em Congonhas, segundo o presidente do sindicato, Reginaldo Alves de Souza.

A assembleia dos aeroviários de São Paulo, inicialmente, estava marcada para esta quinta, mas foi adiada pelos sindicalistas, após alerta feito pelo Ministério Público do Trabalho, que solicitou a suspensão da paralisação por 72 horas, diante do risco da greve ser julgada ilegal, uma vez que não há nos autos a prova documental dos avisos à população e às empresas.

Congonhas tem movimento intenso e paralisação de funcionários (Foto: Luiz Guarnieri/News Free/AE)Congonhas teve movimento intenso e paralisação de funcionários (Foto: Luiz Guarnieri/News Free/AE)

“Vamos permanecer em estado de greve. E devemos tirar o início de uma greve a partir de segunda”, afirmou o presidente do sindicato, Reginaldo Alves de Souza.

O desembargador Brito determinou, no entanto, que, caso a greve venha a ocorrer, 80% dos trabalhadores de cada setor deverão manter as atividades nos dias 29, 30 e 31 de dezembro e 60% nos demais dias, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, seguindo determinação tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) na quarta-feira.

Segundo o sindicato, serão levadas à assembleia tanto a proposta do Snea quanto a feita pelo TRT. Souza acredita que a categoria tem como conseguir um reajuste acima de 6,5%, caso o índice só seja definido no julgamento do dissídio pelo tribunal.

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