Enquanto a mãe faz os últimos carinhos no pequeno Cauê, o pai desaba em lágrimas durante o velório. Ele nasceu antes da hora, aos sete meses de gestação. Por isso precisou ficar internado em um Hospital Municipal de São Paulo.
O leite que a mãe tirava todos os dias era dado através de uma sonda colocada no nariz do bebê. No domingo à noite, uma auxiliar de enfermagem errou e injetou leite na veia do bebê.
O domingo que terminou com o erro tinha começado como um dia muito bom para família. O bebê tinha dado as primeiras mamadas no peito e estava até mais forte. Por isso, pais amigos todos já esperavam Cauê em casa. “Já estava pegando no peito. Então eu estava ciente de que logo, logo ele ia vir”, diz Jovenita Oliveira de Abreu, mãe de Cauê.
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Na segunda pela manhã, a família foi chamada ao hospital. Os pais dizem que foram pelo menos cinco horas de angústia até saber o que realmente tinha acontecido com o bebê.
Em menos de um ano foi o terceiro caso de erro grave de uma auxiliar de enfermagem. Em dezembro de 2010, uma menina de 12 anos morreu depois de receber vaselina líquida na veia no lugar de soro. A auxiliar de enfermagem disse que confundiu os vidros, que eram muito parecidos.
Em janeiro uma enfermeira que tentava tirar o curativo da mão de uma menina de um ano cortou parte do dedinho da criança.
O Conselho Regional de Enfermagem informou que ainda está investigando os outros dois casos mostrados na nossa reportagem.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo disse que o erro foi inaceitável. Informou que a auxiliar de enfermagem foi demitida e que um inquérito administrativo vai apurar tudo o que aconteceu naquele dia.