12/11/2011 16h54 - Atualizado em 12/11/2011 16h54

Moradores estocam alimentos antes da operação na Rocinha

Famílias foram a mercados para fazer as compras de emergência.
'Meta é não sair de casa', afirmou uma operadora de caixa.

Paulo Toledo PizaDo G1 RJ

Waldiléia levou seis sacolas com frutas, verduras, biscoito e frango: 'É para não sair' (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Waldiléia leva frutas, verduras, biscoito e frango: 'É para não sair' (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

Faltando poucas horas para o início da operação da polícia na Rocinha, favela na Zona Sul do Rio, moradores se preparavam para o isolamento. Nesta tarde de sábado (12) com céu nublado, muitos trocaram a praia pelo supermercado. “A gente está comprando comida para estocar. Eu me preparei até terça-feira [16]”, disse um morador que não quis se identificar.

Apesar do clima tenso com moradores sendo revistados nas principais entradas da favela, e com helicópteros da polícia próximo às vielas, a maioria dizia não temer a entrada da PM. “É só não ficar na rua, porque pode ter tiroteio. A gente tem que ficar em casa mesmo, lá não tem perigo”, disse um estudante que, por medo, também não quis se identificar.

Comerciantes disseram que não pretendem abrir as portas (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Comerciantes disseram que não pretendem abrir
as portas (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

A operadora de caixa Waldiléia Pereira Sá, de 32 anos, levava seis sacolas plásticas com frutas, verduras, biscoito e frango. "É para não precisar sair. Eu acho que isso termina amanhã [domingo,13], mas se levar mais dias a gente está preparado", contou a mulher, que mora com o marido e três filhos na Rocinha.

Nesta tarde, famílias inteiras iam ao mercado para fazer as compras de emergência. "Eu comprei só besteirinha para a criançada", afirmou uma idosa que não se identificou. Ela estava acompanhada das duas filhas, cada uma levando seis sacolas.

Comércio não quer abrir as portas
Comerciantes, ambulantes e mototaxistas da favela disseram que não pretendem trabalhar no domingo (13), dia em que a polícia deve ocupar a comunidade para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Fiscal das motos que prestam serviço à população da Rocinha, Juliano Batista, de 25 anos, lamenta a paralisação. “Mesmo que a gente trabalhasse não ia adiantar nada. Quem vai querer subir amanhã?”, questionou. Ele disse que espera que já na segunda-feira (14) a situação esteja normalizada.

Também receoso com o que vai acontecer nos próximos dias, um relojoeiro de 54 anos, que não quis ter o nome divulgado, planejava o que fazer no domingo de “folga”. “Acho que vou à igreja e depois ficarei em casa”, afirmou.
 

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