08/11/2011 12h36 - Atualizado em 16/11/2011 10h51

Alunos retirados da USP precisam de 'aula de democracia', diz Alckmin

Governador criticou depredação de reitoria da instituição.
Mais de 70 estudantes foram detidos pela Polícia Militar.

Roney DomingosDo G1 SP

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou na tarde desta terça-feira (8) que os estudantes retirados do prédio da reitoria da USP após ocupação precisam de uma “aula de democracia”. Alckmin criticou a depredação do patrimônio da universidade realizado durante a invasão. Na madrugada desta terça, a Polícia Militar cumpriu a determinação judicial de reintegração de posse do prédio da reitoria da USP.

“Alguns estudantes precisam ter aula de democracia, de respeito à decisão judicial, de respeito ao patrimônio público porque a população que paga impostos, população que é mais pobre, que mantém a USP, que é todinha dinheiro público... Não é possível depredar móveis, pichação, depredar prédio público feito com sacrifício da população desta que é a melhor universidade da América Latina”, disse Alckmin.

Durante a reintegração, 73 estudantes foram detidos. Eles serão indiciados por dano ao patrimônio público e desobediência à ordem da Justiça. Eles também serão responsabilizados por dano ambiental devido às pichações feitas nas paredes do prédio. Todos deverão passar por exame de corpo de delito.

Alckmin afirmou que a atitude dos estudantes não é tolerável. "A lei é para todos. Não é possível estabelecer que alguém esteja à margem da legislação. Não é tolerável, não é razoável esse tipo de procedimento de invadir prédio público, depredar prédio público, não cumprir ordem judicial. No passado, na época do período militar, a PM não ficava na universidade porque tinha aspecto político da repressão ao pensamento, da manifestação política. Hoje é totalmente diferente, já passou o período militar. Nós estamos no processo democrático. A presença da polícia é para garantir a integridade física e patrimonial de professores e funcionários, evitar assalto, latrocínio, roubo", completou o governador.

Ainda segundo Alckmin, desde que a PM começou a patrulhar a Cidade Universitária, os índices de criminalidade caíram. "Se formos pegar todos os indicadores, roubo caiu 80%, roubo de automóveis caiu 95%, lesão corporal, 80%".

Formação de quadrilha
O delegado seccional Dejair Rodrigues afirmou que os estudantes detidos só poderão deixar 91º DP (Ceasa) após pagamento de fiança de R$ 1050 por aluno. Segundo Rodrigues, cada um dos detidos terá situação financeira avaliada pela autoridade policial para, se for o caso, arbitrar um valor compatível.

Os estudantes também serão investigados pela polícia por formação de quadrilha. De acordo com Rodrigues, a polícia esteve no prédio da reitoria e constatou que as câmeras de segurança e portas foram destruídas e paredes estão pichadas. O edifício foi invadido por alunos contrários à presença da PM na Cidade Universitária, na capital paulista, desde o dia 2.

Em vistoria no prédio da reitoria, a PM informou ter encontrado sete garrafas de coquetel molotov em uma das salas, seis caixas de morteiros e um galão de gasolina.

A assessoria de imprensa da USP informou que as aulas ocorrem normalmente nesta manhã e que o balanço do que foi destruído deverá ser divulgado no final da tarde desta terça. Ainda segundo a universidade, as atividades no prédio da reitoria deverão ser retomadas na quarta-feira (9). A USP ainda não definiu se os alunos detidos durante a reintegração de posse sofrerão alguma punição. Por volta das 12h40, duas peritas estavam no prédio da reitoria para avaliar os estragos deixados.

Estudante deixa a reitoria da USP, cercada por PMs do Choque (Foto: Juliana Cardilli/G1)Estudante deixa a reitoria da USP, cercada por PMs do Choque (Foto: Juliana Cardilli/G1)

 


 

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