22/02/2012 13h58 - Atualizado em 22/02/2012 14h04

Cinco casos de sífilis são diagnosticados diariamente em SP

A sífilis pode ser confundida com uma simples alergia ou irritação.
Quanto mais cedo o diagnóstico, menor o risco de complicações.

Do G1 Itapetininga e Região

Um levantamento feito pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas em São Paulo, ligado a Secretaria Estadual da Saúde, aponta que a cada dia, cinco novos casos de sífilis entre adultos são confirmados. O estudo identificou que a principal forma de transmissão da doença é por sexo oral sem uso de preservativo. Entre os meses de novembro e dezembro de 2011, o hospital diagnosticou mais de 360 casos, dos quais 347 em pessoas do sexo masculino.

O dossiê sobre a doença destaca que os pacientes não se preocupam com o preservativo quando fazem o sexo oral.  “Nas consultas ambulatoriais e de emergência, quase a totalidade dos pacientes com sífilis relatam não usar o preservativo neste ato. A maioria dos infectados tem entre 40 e 43 anos de idade”, afirma o médico pesquisador do Instituto, David Uip.

Morador de Itapetininga, no interior de São Paulo, o mecânico de 43 anos, soube que estava com sífilis por acaso. Durante uma vigem que fez para o nordeste do país, manteve relações sexuais com uma garota de programa. “Começaram a aparecer pequenas lesões no orgão genital. Logo desapareceu, então não dei importância. Mas fiquei preocupado quando a irritação reapareceu pouco tempo”, conta. O homem procurou atendimento médico e faz tratamento.

A sífilis é uma doença sexual que pode ser confundida muitas vezes com uma simples alergia ou irritação. Os agravos são apresentados em três estágios: primário, secundário e terciário. Após o contato sexual, os sintomas da sífilis primária podem aparecer entre duas e três semanas. A doença se manifesta com pequenas lesões, não dolorosas na vagina, no pênis e na boca. Os sintomas tendem a desaparecer mesmo sem o tratamento devido e retornam depois de meses, seguindo para a segunda fase da doença.

Nesta fase secundaria da sífilis, os sintomas voltam depois de meses, em alguns casos, semanas. São caracterizados pelas erupções principalmente nas palmas da mão e na planta do pé, ou em outras partes do corpo, acompanhado de febre alta, falta de apetite e prostração. Quando a sífilis não tem o tratamento completo e adequado, a doença não apresenta sintomas e evolui depois de décadas após o contágio. Durante todo esse período, o indivíduo contaminado pode continuar transmitindo a bactéria. As consequências podem levar a danos neurológicos graves como demência, meningite e dificuldade para andar, além das cardiopatias.

Quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento da sífilis, preferencialmente na fase primária, menor o risco de complicações permanentes.

O tratamento é à base de penicilina benzatina e o paciente deve permanecer em acompanhamento durante meses. O desaparecimento dos sintomas não é garantia de cura, que só pode ser avaliada pelo médico por meio de monitoramento clínico e laboratorial até que seja constatada a cura da doença.

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