Edição do dia 24/07/2015

24/07/2015 22h55 - Atualizado em 25/07/2015 00h54

‘Mexeu muito comigo’ diz fotógrafo sobre foto de menino em enterro

Menino chamou atenção ao chorar durante a homenagem ao orientador. Fotógrafo Marcos Tristão e o pai de Diego se emocionaram em reencontro.

Hoje, as informações voam. Protesto de donos de vans no Rio. Os repórteres de ‘O Globo’ correm na frente e acompanham. As informações e fotos são transmitidas imediatamente para a redação. De onde os jornalistas estiverem. E as informações vão para o site do jornal.

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Em 1936, ‘O Globo’ publicou a primeira foto transmitida por linha de telefone. A telefoto mostrava uma nadadora brasileira, Piedade Coutinho, nas Olimpíadas de Berlim.

O jornal, anos depois, ficou colorido. Em 1959, veio a primeira radiofoto em cores da América Latina. E em 79, a primeira telefoto colorida, transmitida no país, mostrava um jogo entre Flamengo e Santa Cruz.

Em uma foto especial, beleza e muita saudade. O pai do menino da foto, o fotógrafo e a irmã se reúnem novamente. Fazia tempo que eles não se viam.

“Eu trouxe um presente para você que eu te devo a muito tempo! Eu queria te entregar”, diz Telmo, emocionado.

Mas por que o pai Telmo chora? E Diego, o filho na foto, por que ele chora? Podemos encontrar respostas nas páginas de ‘O Globo’. Em 2009, o coordenador do AfroReggae Evandro João da Silva é morto em um assalto.

Abandonou o cortejo e se concentrou no garoto

No enterro, lá estava Diego para tocar violino e homenagear o grande amigo e orientador.

“O Evandro sempre foi uma pessoa de coração bom. Por intermédio disso, que fez isso, as crianças chorar por causa dele”, conta Telmo Torquato, pai de Diego.

O fotógrafo Marcos Tristão também estava lá. Abandonou o cortejo fúnebre e se concentrou na emoção do garoto.

Marcos Tristão, fotógrafo: Fiquei impressionado, vendo este menino chorando.
Globo Repórter: Tocava Bach.
Marcos Tristão: Tocava um Bach. Isso é que mais me impressionava. Você fala em AfroReggae você pensa em percussão, estas coisas. Tocando violino? Eu fiquei impressionado. Isso mexeu muito comigo.

Atendimento precário nos hospitais, leucemia. Diego foi mais uma vítima do sistema de saúde. Hoje, o carinho do pai pelo fotógrafo não tem fim. Na capa de ‘O Globo’, o menino viverá para sempre.

“A gente que mora em comunidade, tudo pode acontecer dentro de uma comunidade. Ele não, ele apareceu mostrando o que ele sentia pelo Evandro. O que ele sentia pelo grande amigo dele”, lembra o pai de Diego.