No fim dos anos 90, a banda Legião Urbana lançou o famoso álbum “Mais do Mesmo”, um compilado com seus maiores sucessos. O sugestivo título para uma coletânea é o que os fãs da Fórmula 1 mais temem em 2016. Com regulamento praticamente inalterado, limitados números de testes e mercado de pilotos pouco movimentado, a categoria, que abre a temporada neste fim de semana, corre o risco de se repetir este ano. Será que ninguém vai ameaçar a soberania da Mercedes? O tetra de Lewis Hamilton é praticamente certo? No embalo dos clássicos de uma das principais bandas do rock brasileiro, o GloboEsporte.com mostra que a maior categoria do automobilismo mundial pode, sim, emplacar, novos hits e seguir fazendo sucesso nesta temporada.
A TV Globo transmite o GP da Austrália na madrugada de sábado para domingo, a partir de 1h30 (horário de Brasília). Os treinos livres começam na noite desta quinta-feira, às 22h30, com exibição do SporTV.
será?
A grande ameaça à soberania da Mercedes em 2016 se chama Ferrari e está personificada na figura da estrela da equipe, Sebastian Vettel. Maior campeã da história da Fórmula 1, a escuderia de Maranello, única que venceu corridas além das Flechas de Prata no ano passado, promete dar um salto de qualidade em 2016 e brigar por título. Os resultados da pré-temporada foram animadores para os italianos. A equipe liderou cinco dos oito dias de testes. Será que o crescimento da Ferrari será suficiente para destronar a Mercedes? Ou será só imaginação?
ainda é cedo
A estreia de Felipe Nasr na Fórmula 1 no ano passado foi promissora. Mas ainda é cedo para os brasileiros esperarem resultados expressivos do brasiliense de 23 anos. Com sérias limitações orçamentárias, a Sauber foi uma das equipes que menos evoluiu em 2015. Para este ano a perspectiva não é das melhores. As dificuldades financeiras continuam e a expectativa é que o time suíço lute com McLaren e Renault para não ficar nas últimas posições do pelotão intermediário.
geração coca-cola
Da terra do Tio Sam vem a mais nova equipe da Fórmula 1. Único time estreante do grid, a Haas vem com o objetivo de, enfim, fazer os Estados Unidos emplacarem na maior categoria do automobilismo mundial. A expectativa é promissora. Com uma bem costurada parceria técnica com a Ferrari, a escuderia americana parece começar de um patamar superior a outros estreantes recentes como Marussia, Virgin, Caterham. Seus pilotos são o francês Romain Grosjean, ex-Lotus, e o mexicano Esteban Gutiérrez, ex-reserva da Ferrari.
faroeste caboclo
Uma das novidades mais aguardadas para 2016 é a introdução do novo formato de treino classificatório. Visando dar mais emoção à disputa pelas posições do grid de largada, o Grupo de Estratégia da categoria surgiu com uma ideia que parece ter saído dos jogos de video game. No novo formato eliminatório, chamado de “knockout” lá fora os pilotos com os piores tempos são eliminados um a um até sobrar o pole position. A novidade foi vista com receio pela maioria dos pilotos. Felipe Massa, por exemplo, disse que será “o caos”. No entanto, a possibilidade da classificação virar um faroeste caboclo está deixando os fãs da categoria em polvorosa.
Tempo perdido
Piloto mais bem pago do grid, o bicampeão mundial Fernando Alonso viveu em 2015 uma via-crúcis em seu retorno à McLaren, que enfrentou muitas dificuldades na retomada da parceria com a Honda. Sem título desde 2006, o espanhol saberá neste ano se sua decisão de ir para a equipe inglesa foi acertada ou não passa de tempo perdido. Afinal, aos 34 anos ele não é tão jovem e não tem mais o tempo que passou… Para 2016, os japoneses trabalharam arduamente para entregar um propulsor mais potente para que o espanhol e seu companheiro Jenson Button sejam capazes de brigar no pelotão dianteiro.
que país é este?
Tem circuito novo estreando este ano. No dia 19 de junho será disputado o GP da Europa, em um traçado montado nas ruas de Baku, capital do Azerbaijão. O traçado terá 6km de extensão, menor apenas que o circuito de Spa-Francorchamps. Ao todo serão 20 curvas, menos somente que Cingapura (23) e Abu Dhabi (21). O que mais chama atenção, no entanto é a largura. Alguns trechos são muito estreitos, o menor deles tem 7,6m. As pistas normais possuem cerca de 12m de largura. Conheça melhor no vídeo abaixo.
há tempos
Dos 22 pilotos do grid, quatro "trintões" correm desde o início da década passada: Kimi Raikkonen (37 anos), Jenson Button (36 anos), Felipe Massa (34 anos) e Fernando Alonso (34 anos). Três deles - Kimi, Button e Massa - estão no último ano de contratos e a suas permanências no grid em 2017 dependerão das conversas com suas respectivas equipes ou de oportunidades em outros times. Já Alonso possui um contrato de "múltiplos anos" com a McLaren. Mas nada impede que o espanhol se canse de mais um ano andando no pelotão de trás e peça as contas ao fim do campeonato. Com isso, as negociações, as possíveis despedidas de alguns deles e a "dança das cadeiras" que isso provocará no grid agitará a parte final da temporada. Vale lembrar que em 2017, o regulamento sofrerá grande mudança. E a experiência desses veteranos será um atributo a se levar em consideração pelas equipes para o desenvolvimento dos carros do próximo ano.
pais e filhos
Não existe nepotismo na Fórmula 1. Mas tradição de família e sobrenome de peso podem dar uma forcinha para pilotos chegarem à categoria. Dos 22 competidores, quatro são filhos de ex-pilotos da categoria. Quem tem o pai mais famoso é Nico, filho de Keke Rosberg, campeão mundial de 1982. Além dele há também: Max Verstappen, filho de Jos Verstappen, ex-parceiro de Schumacher e Barrichelo nos anos 90; Kevin Magnussen, filho do folclórico Jan Magnussen, que também foi companheiro de Rubinho na década de 1990; e o estreante Jolyon Palmer, filho do britânico Jonathan Palmer, que competir nos anos 80.
perfeição
A Mercedes foi a equipe que melhor aproveitou a introdução de um novo regulamento há dois anos e passou a ser o time a ser batido na Fórmula 1. Em 2014, o carro, batizado de W05 se mostrou muito veloz, mas tinha a confiabilidade como ponto fraco e deixou Lewis Hamilton e Nico Rosberg nas mãos algumas vezes. No ano seguinte, com o W06, a resistência do carro melhorou. A pré-temporada deste ano mostrou que o W07 vem ainda mais resistente. A equipe foi a que mais acumulou quilometragem nos testes e só apresentou um problema, no último dia. Se o carro for tão rápido quanto resistente, a montadora alemã terá chegado perto da perfeição.
dezesseis
Apesar da soberania nos dois anos anteriores, a Mercedes foi surpreendida algumas vezes por rivais. Em 2014, a RBR venceu três das 19 etapas, e em 2015, foi a vez da Ferrari repetir o feito. Caso a escuderia alemã mantenha a superioridade sobre as demais equipes, uma motivação poderá ser quebrar o próprio recorde de 16 vitórias no mesmo ano, obtido nas duas últimas temporadas. O maior calendário da história da F1, com 21 etapas, pode ajudar no feito.