Política Eleições 2006

Eduardo Paes elogia ações de milícias de PMs em Jacarepaguá

RIO - O candidato ao governo do Rio de Janeiro Eduardo Paes, do PSDB, foi o entrevistado desta sexta-feira no RJ TV 2ª Edição. Ao explicar sua proposta de Lei Seca para algumas regiões do estado, ele defendeu operações com inteligência para que o Estado recupere a soberania perdida em áreas dominadas pelo tráfico, mas deu como exemplo de ações inteligentes aquelas feitas pela " polícia mineira " em Jacarepaguá.

- Você tem áreas em que o estado perdeu a soberania por completo. A gente precisa recuperar essa soberania. Eu vou dar um exemplo, pois as pessoas sempre perguntam como recuperar essa soberania. Jacarepaguá é um bairro que a tal da polícia mineira, formada por policiais e bombeiros, trouxe tranqüilidade para a população. O Morro São José Operário era um dos mais violentos desse estado e agora é um dos mais tranqüilos. O Morro do Sapê, ali em Curicica. Ou seja, com ação, com inteligência, você tem como fazer com que o estado retome a soberania nessas áreas.

Paes defendeu a implantação da Lei Seca citando a Teoria da Janela Quebrada, usada pelo prefeito Rudolf Giuliani, que implantou a política da "Tolerância Zero" em Nova York, nos anos 90. Pela teoria, áreas desordenadas, onde pequenos delitos não são combatidos, tem uma tendência a serem dominadas pelo crime, pois desordem gera mais desordem.

- São áreas onde a desordem é muito grande, é bar fechando muito tarde, é barulho, comércio irregular... isso tudo tem que ser coibido - disse Paes.

O candidato tucano falou sobre sua proposta de criar "corredores de segurança" em bairros violentos como Grajaú, Vila Isabel e Ilha do Governador. A idéia dos corredores é trabalhar com um mapeamento das áreas de maior violência. Para Eduardo Paes, a zona turística, por exemplo, precisa ter um policiamento especial, mais ostensivo. Segundo o candidato, o número de policiais é suficiente, caso eles cumpram corretamente suas funções.

- O Rio tem uma quantidade grande de policiais. A nossa idéia é comprar o bico do policial, isso que não é permitido pela lei. A gente sabe que o policial sempre tem um emprego extra porque o estado paga muito mal. É melhor que o próprio estado pague essa hora extra do policial para que você tenha um efetivo maior na rua. De cara tem que ser feito isso. E você tem um contingente muito grande de policiais hoje desviados de função. Pelo menos três mil policiais estão em gabinetes de deputado, em funções administrativas e a gente vai botar essa gente na rua para trabalhar e trazer segurança.

Perguntado sobre sua frase de que "os bandidos podem se despedir" das áreas mais violentas da cidade, Paes não quis dar um prazo, mas prometeu "despolitizar" a polícia.

- O cidadão já está de saco cheio dessa história de prazo. Já teve governador que deu 100 dias, governador que deu seis meses. O que eu tenho dito o tempo todo é que o que precisa nesse estado é profissionalizar as forças de segurança pública. Elas foram partidarizadas e hoje quem nomeia comandante de batalhão e delegado de polícia é deputado amigo do governo. Nós vamos blindar a segurança pública e as forças policiais da influência dos políticos e permitir que elas se tornem mais eficazes a partir do cumprimento das suas funções.

Em relação ao metrô, Paes promete a conclusão da Linha 1, Linha 2 e a construção da Linha 3 para São Gonçalo até 2010, um projeto que segundo a Rio Trilhos custa quase R$ 5 bilhões. Ele cita a experiência do governo anterior do PSDB, que construiu 12 estações até a Pavuna para garantir que a promessa é viável e afirmou que vai trabalhar em parceria com o governo federal, seja quem for o presidente da República.

- A Linha 2, da Pavuna até São João de Meriti e Belford Roxo, é perfeitamente possível com recursos do próprio estado. A Linha 3 vai em direção a Niterói, São Gonçalo e Itaboraí; essa só se faz com parceira do governo federal e da iniciativa privada. O governo do estado sozinho não tem condições de fazer. E as linhas 4 e 6, que são importantes, o ideal é que se faça com parceria com a Prefeitura do Rio. Também sozinho o governo do estado não tem condição de fazer. A única que eu afirmo que nós fazemos com recursos do estado, porque é de superfície, é a extensão da Pavuna para São João de Meriti e Beloford Roxo, na Baixada Fluminense.

Para a habitação, o candidato do PSDB tem uma proposta de reduzir pela metade o déficit do estado. Segundo o Ministério da Cidades, o Rio precisa de 500 mil casas, portanto, para cumprir sua promessa seria preciso construir 250 mil em quatro anos.

- Isso não é por competência minha não. Você tem que criar o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social, que é uma lei que foi criada lá em Brasília. O governo federal está dispobinilizando recursos e o Rio está na frente nisso, não é também por competência desse governo. Esse ano tem um R$ 1 bilhão, mas a partir do ano que vem há previsão de novos recursos. O estado tem que dar uma contrapartida de cerca de R$ 250 milhões para construir 200, 250 mil casas. Portanto não é nada absurdo desde que se faça em parceria com o governo - afirmou.