Agencia EFE

01/02/2014 21h40 - Atualizado em 02/02/2014 14h41

Filha adotiva de Woody Allen relata em carta supostos abusos sexuais

Dylan Farrow falou ao 'New York Times'; cineasta não comenta acusação.
Diretor foi acusado de crime similar em 1992 por sua ex-mulher Mia Farrow.

Do G1 com informações da EFE

Woody Allen fala ao público antes da pré-estreia de 'Para Roma, com amor', no Festival de Cinema de Los Angeles (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)Woody Allen na pré-estreia de 'Para Roma, com
amor', no Festival de Cinema de Los Angeles, em
2012  (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)

Dylan Farrow, filha adotiva de Woody Allen, relatou neste sábado (1º), em carta ao jornal "The New York Times", os supostos abusos sexuais aos quais foi submetida pelo cineasta quando tinha sete anos. As acusações voltaram à tona após o tributo ao ator e diretor na festa do Globo de Ouro, no dia 12 de janeiro.

A carta de Dylan, publicada no site do jornal, detalha o suposto assédio do diretor, que teria ocorrido no começo dos anos 90. O texto se detém em um episódio ocorrido quando ela tinha apenas sete anos. Segundo diz na carta, Allen a levou para o sótão de sua casa e cometeu o abuso, o que levou a menina a denunciar a situação para sua mãe, Mia Farrow, que rompeu sua relação com o cineasta.

Não é o único escândalo sexual que ronda a biografia de Woody Allen. Em 1992, o diretor se separou da atriz Mia Farrow, com quem ficou casado por 13 anos. A ex-mulher descobriu o romance do marido com Soon Yi Previn, filha adotada por ela antes do casamento com o cineasta.

Na ocasião, Mia também acusou o diretor de abuso sexual (ela encontrou fotos da filha nua no apartamento do marido). Allen, apesar de não ser condenado, perdeu a guarda dos filhos e passou a viver com a Soon Yi, então com 19 anos. Especulou-se na época que o romance teria começado quando a menina tinha 13 anos, o que configuraria o crime, jamais provado, de pedofilia.

O segundo suposto abuso, contra Dylan Farrow, foi divulgado em 1993, mas o cineasta sempre negou a denúncia. A acusação acabou sendo retirada, por isso ele nunca foi julgado. Após guardar silêncio durante anos, Dylan Farrow divulga a carta, depois que seu irmão, Ronan, criticou o tributo ao cineasta no Globo de Ouro.

Dylan Farrow agora tem 28 anos. Ela diz na carta que o assédio de Allen a levou a sofrer problemas alimentares e a problemas para se relacionar com homens.

"Cada vez que via o rosto de meu abusador - em um cartaz, em uma camiseta, na televisão -, só podia esconder meu pânico até encontrar um lugar para ficar sozinha e me esconder", diz.

Além disso, a jovem critica a atitude da maior parte das estrelas de Hollywood por passar por cima dos supostos abusos de Allen.

"O que faria se tivesse sido sua filha, Cate Blanchett? Louis CK? Alec Baldwin? E se tivesse sido você, Emma Stone? Ou você, Scarlett Johansson?", pergunta Farrow a alguns artistas que trabalharam com Allen.

Segundo a jovem, "Woody Allen é um testemunho vivo do modo no qual nossa sociedade julga os sobreviventes de ataques sexuais e abusos".

O jornalista do "The New York Times" Nicholas Kristof, que fez o contato com Dylan para a publicação da carta, diz que tentou falar com Woody Allen para comentar as acusações, mas ele se recusou a falar. Leia a carta completa, em inglês, no site do "The New York Times".

tópicos:
Shopping
    busca de produtoscompare preços de