Brasil

Clérigos paquistaneses reconhecem casamento de transgêneros

Decreto religioso diz que discriminar transgêneros é crime contra o islã
Decreto diz que descriminar trans é contra lei do Islã Foto: AFP
Decreto diz que descriminar trans é contra lei do Islã Foto: AFP

RIO- Um grupo de clérigos do Paquistão declarou que é permitido o casamento entre transgêneros, de acordo com as diretrizes do Islã. O decreto dos religiosos afirma ainda que os trans podem ter um enterro muçulmano e pleno direito sob a lei de herança Islâmica.

A fatwa (lei islâmica) assinada por 50 clérigos da cidade de Lahore, uma das maiores daquele país, foi emitida no domingo e afirmou que o casamento é permitido caso haja "indicações claras" de que o casal é formado por pessoas identificadas com sexos opostos.

"É admissível que uma pessoa transgênera com sinais do sexo masculino em seu corpo se case com um transgênero com indicações femininas no corpo. Além disso, homens e mulheres também podem se casar com os transgêneros que tiverem indícios no corpo", diz o documento.

O texto não esclarece, no entanto, quais seriam esses "indícios". O decreto afirma ainda que quem discriminar a população trans estará cometendo um pecado. O decreto afirma ainda que a agressão aos transgêneros é um crime contra o islã.

"Fazer ruídos para pessoas trans, tirar sarro, provocar ou pensar que são inferiores é contra a lei da sharia, porque esses atos equivalem a contestar uma das criações de Alá, o que não está certo", diz o texto.

Em 2012, a Suprema Corte do Paquistão declarou igualdade de direitos para os cidadãos transgêneros do país, incluindo o direito a herdar bens. Desde de 2011,  trans já podiam se candidatar a cargos eletivos.

Apesar do progresso em relação aos direitos das pessoas trans, o casamento entre pessoas do mesmo sexo continua sendo considerado crime no país.