Política

PGR denuncia ministro do TSE por agressão contra a mulher

Admar Gonzaga responde por lesão corporal
Ministro Admar Gonzaga durante sessão plenária do TSE Foto: Roberto Jayme / /TSE
Ministro Admar Gonzaga durante sessão plenária do TSE Foto: Roberto Jayme / /TSE

BRASÍLIA - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge , denunciou o ministro Admar Gonzaga , do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ), pelo crime de lesão corporal. Ele foi acusado pela sua mulher, Élida Souza Matos, em junho. Com um olho roxo, ela registrou um boletim de ocorrência e passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Élida se retratou em um depoimento posterior, mas o inquérito seguiu seu andamento normal. O caso corre no Supremo Tribunal Federal ( STF ) porque Gonzaga tem foro privilegiado devido ao cargo que ocupa.

A denúncia contra o ministro foi protocolada por Dodge nessa terça-feira. A acusação é pelo crime de lesão corporal. O caso é relatado pelo ministro Celso de Mello. O GLOBO tentou contato com Gonzaga, mas não houve resposta.

Quando o caso veio à tona, o ministro atribuiu o episódio a uma crise de ciúmes da mulher após o consumo de álcool . Afirmou que ela ficou com o olho roxo porque durante uma discussão escorregou em Listerine derramado e bateu na banheira. Ele reconheceu ter dado um empurrão na mulher, mas disse que isso ocorreu em defesa própria. O ministro anexou ao processo fotos suas que mostrariam arranhões provocados pela mulher. Gonzaga também negou em sua manifestação ter jogado o Listerine na mulher, sustentando que o vidro com o líquido caiu da bancada do banheiro.

A filha de Élida, Erica Matos, afirmou em depoimento à polícia ter ouvido gritos durante a discussão do casal com o ministro chamando a mulher de “puta”, “vagabunda” e “escrota”. Afirmou que Gonzaga usa o cargo para subjugar Élida e que ele nunca permitiu que a mulher estudasse. O ministro negou os xingamentos e atribuiu o depoimento da enteada a uma reação exagerada de quem viu a mãe nervosa e ferida.