Especialmente no verão, é preciso ter cuidado com a pele sob o sol (Foto: Roberta Salinet/RBS TV)O sol está presente no nosso dia a dia durante o ano inteiro, mas é no verão que as pessoas ficam mais expostas a ele. Afinal, é época de férias, de ir à praia ou à piscina, de colocar o biquíni ou a sunga e se bronzear. Porém, para o divertimento não virar transtorno, é preciso tomar cuidado com a pele e sua exposição aos raios ultravioletas (UV), emitidos pelo sol.
A radiação ultravioleta pode causar manchas e o envelhecimento precoce da pele, além de câncer e queimaduras. Por isso, é tão importante proteger-se.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia faz uma série de recomendações para quem irá ficar exposto ao sol, seja por lazer ou por trabalho:
- Aplicar protetor solar filtro 30, no mínimo;
- Reaplicar o protetor solar duas vezes ao dia ou a cada duas horas se a pessoa entrar na água ou suar muito;
- Utilizar boné ou chapéu para proteger o couro cabeludo;
- Evitar exposição direta ao sol das 10h às 16h;
- Uso de guarda-sol (na praia) de tecido grosso;
- Beber bastante água;
- Hidratar a pele com creme hidratante.
Peles muito brancas são menos sensíveis ao sole precisam de cuidados (Foto: Rafaella Fraga/G1)
De acordo com o membro do conselho diretor e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, seção Rio Grande do Sul, Gustavo Gonçalves Costa Pinto Correa, a proteção precisa ser realizada o ano inteiro e não apenas no verão.
"Os cuidados têm de ser redobrados no verão, mas precisa cuidar o ano inteiro. Estamos sempre recebendo radiação. Atentar também para dias nublados e de muito vento, quando a pessoa não sente o sol. São nesses momentos que se vê muita queimadura. As pessoas esquecem de passar o filtro solar ou, por não sentirem, não reaplicam", diz o associado da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS).
Pessoas com pele negra precisam igualmente dos mesmos cuidados, de acordo com as recomendações da SBD. "A pele negra não é tão sensível quanto a muito branca, mas também precisa cuidar. Pode ter queimadura solar", explica Gustavo.
Tipos de câncer de pele
Existem diferentes tipos de câncer, dos mais agressivos aos mais tratáveis. O dermatologista Gustavo Gonçalves destaca dois. O melanoma é o que mais mata no Brasil. "Porém, quando diagnosticado precocemente, pode ser curado", afirma.
Esse tipo de câncer inicia com uma mancha pequena, um sinal escuro, e que vai mudando de aspecto e de cor (de tons de marrom a, principalmente, preto), se tornando irregular. Por isso, é sempre bom estar atento a sinais diferentes que possam aparecer na pele.
Outro tipo de câncer é o basocelular, que é como se fosse uma ferida que não cicatriza. Normalmente surge na face, próximo ao nariz. "Pode causar lesões importantes caso não seja tratado. É um câncer que vai destruindo a região ao redor", explica. Por sua vez, não cria metástase - quando há migração por via sanguínea ou linfática das células cancerígenas até outro local do corpo.
Para quem tem a pele com muito sinal ou histórico familiar de câncer, a recomendação é de que, ao menos uma vez ao ano, faça uma revisão com um dermatologista. Não há idade mínima em que precisa iniciar as revisões. "Existe melanoma em jovem e em idoso", destaca Gustavo. As maiores chances de ocorrer são com pessoas que abusaram muito do sol e tiveram muitas queimaduras, por isso é preciso se prevenir e se cuidar.
Em dias com nuvens, também é preciso passar muito protetor solar (Foto: Everson Dornelles/RBS TV)Vitamina D e o sol
A vitamina D é um importante nutriente para o corpo humano, uma vez que ela melhora a absorção do cálcio, fortalecendo os ossos. Para se obter a vitamina D, porém, nosso organismo precisa do sol para metabolizá-la.
Nutricionistas, reumatologistas, endocrinologistas e outras categorias médicas apontam para a necessidade de alguns minutos de sol por dia, sem o uso do protetor solar - caso contrário, o organismo não faz a sua metabolização. Porém, de acordo com o dermatologista Gustavo Gonçalves, a aquisição da vitamina deveria ocorrer por meio de suplementação, uma vez que ela já existe, de maneira a evitar a exposição ao sol sem proteção.
"Na Sociedade Brasileira de Dermatologia, é consenso que existem outras formas de se repôr vitamina D, via suplemento ou alimentação. O sol não deveria ser a escolha", finaliza.