Por G1 SP


Retrato da pintora Eleonore Koch de 1975, que foi aluna de Alfredo Volpi — Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo

A artista plástica Eleonore Koch, discípula do pintor modernista ítalo-brasileiro Alfredo Volpi, morreu aos 92 anos na madrugada desta quarta-feira (1), informou a Pinacoteca de São Paulo.

De acordo com a Santa Casa de São Paulo, Koch deu entrada no pronto-socorro na terça-feira (31) apresentando um com quadro infeccioso. Infelizmente a paciente evoluiu a óbito horas mais tarde.

Eleonore Koch nasceu em Berlim e chegou a São Paulo aos 10 anos de idade. Iniciou sua formação como escultora, estudou em Paris e trabalhou com cenografia na TV Tupi até conhecer o pintor Alfredo Volpi, de quem é considerada sua única discípula, e centrar sua produção na pintura.

Com obra pouco estudada pela crítica de arte no Brasil, seu trabalho é caracterizado por uma “combinação de austeridade e intimismo em imagens calmas, estáveis e ao mesmo tempo capazes de figurar a angústia da espera”, de acordo com a Pinacoteca.

Segundo o instituto Itaú Cultural, à primeira vista, sua obra encontra semelhanças com a pintura metafísica italiana, com uma certa sacralização na representação dos objetos. Entretanto, Koch não segue a trajetória do figurativismo à abstração que caracteriza os artistas que a influenciaram. A artista nunca abdica da representação do mundo com base em objetos e paisagens.

Sem título [estudo para Sinal], Eleonore Koch, 1959 — Foto: Pinacoteca/Divulgação

“Assim como na pintura de Volpi, na qual bandeirinhas, portas e janelas não são meras alegorias ou símbolos da cultura brasileira, mas objetos plásticos com os quais o artista procura explorar arranjos formais e de cor, as coisas representadas por Koch evocam a memória dos objetos cotidianos, sem ocultar o caráter sensorial da pintura”, consta na enciclopédia do instituto.

Em 1956, a artista fez sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo e nos anos 60 mudou-se para Londres, entrando em contato com a pop art inglesa. Voltou a viver no Brasil no final da década de 1980.

Algumas telas suas estão em exibição na mostra coletiva Mínimo, Múltiplo, Comum, na Estação Pinacoteca.

Nesta quarta, outros dois expoentes da arte brasileira do século 20 faleceram no Brasil. Em Salvador, o artista plástico Mário Cravo, considerado o último modernista baiano vivo, morreu aos 95 anos em Salvador. No Rio, o artista plástico paraibano Antonio Dias morreu aos 74 anos, durante um tratamento contra um câncer. Aos 21 anos, ganhou o prêmio da Bienal de Paris.

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