O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação sobre impostos a serviços digitais que estão sendo considerados ou já foram adotados em diferentes partes do mundo. O estudo pode levar a Casa Branca a aplicar tarifas sobre as exportações de países que tratarem de forma injusta as empresas americanas.
Brasil, Índia, Indonésia, Reino Unido e vários países da União Europeia (UE) estariam na mira do escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), segundo reportagem publicada pela agência Bloomberg.
A investigação, que pode demorar meses, visa determinar se os impostos sobre os serviços digitais considerados ou já aplicados pelos países analisados discriminam grandes empresas americanas, como Apple, Google e Amazon. Após o fim do estudo, o USTR pode recomendar a aplicação de tarifas como forma de compensação.
O governo Trump adotou a mesma tática e usou as conclusões do USTR para justificar os impostos aplicados às exportações da China, dando início à guerra comercial entre os dois países no ano passado.
A pandemia de covid-19 atrasou as discussões lideradas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre a criação de um imposto mundial sobre as atividades digitais das multinacionais. No entanto, a entidade ainda pretende apresentar o projeto até o fim deste ano.
Vários países já adotaram medidas para taxar as grandes empresas de tecnologia ou estudam formas de criar impostos sobre a atuação no mundo digital. A Espanha, por exemplo, já aprovou um imposto para o setor, que será colocado em prática caso não haja um acordo internacional sobre o assunto até dezembro.