Empreenda

Por Weruska Goeking, Valor Investe — São Paulo

Ganhar dinheiro nas redes sociais com postagens sobre seu estilo de vida e dando opinião sobre produtos consumidos é o sonho de muita gente, especialmente adolescentes e jovens adultos.

Contudo, transformar seu poder de influência em profissão era visto como uma alternativa possível especialmente para quem já conta com uma renda elevada para bancar os custos iniciais, enquanto o número de seguidores não alcança a casa dos milhões - e aí passa a chamar a atenção de grandes marcas e patrocínios.

Só que poder de influência não está ligado ao tamanho da "plateia", por isso, os chamados microinfluenciadores, com poucos seguidores, mas mais engajados, vêm chamando a atenção do mercado e levou ao lançamento da Digital Favela, uma plataforma on-line que reúne microinfluenciadores das comunidades.

O objetivo é ampliar novas e diferentes vozes, além de dar oportunidade para criadores de conteúdo que nem sempre são contemplados pela publicidade tradicional, com a segmentação e distribuição de campanhas em redes sociais como Instagram e Youtube.

Uma das beneficiadas pela plataforma será Danúbia Santos (foto acima), de 34 anos, moradora da Favela de Sussuarana, Salvador (BA).

"Trabalho com cabelo e estética negra aqui na minha favela há muito tempo. Além deste negócio, também já promovi alguns concursos de valorização da cultura afro. Desde sempre, fui referência aqui em Sussuarana pela ousadia na escolha das cores e diferentes formas de tratar os cabelos afro. Estou animada com a possibilidade que a plataforma vai me dar de mostrar que a única diferença que a favela tem do asfalto são as oportunidades que cada pessoa tem de se expressar e ingressar em lugares de poder e mostrar que podem ser referências também fora das comunidades", contou influenciadora, que tem 2.200 seguidores no Instagram.

Facebook, Uber e PicPay são as primeiras marcas que já aderiram à plataforma e terão campanhas rodando a partir de julho com os microinfluenciadores.

O PicPay deve contratar influenciadores do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. "Estamos felizes em apostar no Digital Favela para alavancar a ponte com estes microinfluenciadores e ampliar suas vozes. Não nascem mais pessoas inteligentes na Faria Lima do que na favela. A diferença está nas oportunidades que tiveram. Quanto mais oportunidades, melhor pro mundo", afirma Diogo Roberte, co-fundador do PicPay.

O Facebook utilizará a força territorial para fomentar seu programa de empreendedorismo, focado em apoiar o pequeno negócio local que, mais do que nunca, precisa receber suporte devido à crise desencadeada pelo novo coronavírus.

A Uber também prevê ações para o segundo semestre. Alguns dos microinfluenciadores que serão recrutados para estas ações moram no Morro do Alemão, Rocinha, Paraisópolis, Heliópolis e Sol Nascente, por exemplo.

Janine Carvalho, de 19 anos e moradora da Favela do Heliópolis (SP), é uma das microinfluenciadoras que terá suporte da plataforma.

“As minhas dicas de cuidado com a pele sempre fizeram sucesso com os meus amigos. Hoje em dia, todo mundo sonha virar um influenciador, receber produtos para testar e dar a opinião. Mas nunca pensei que isso fosse possível, porque tenho perto de dois mil seguidores. Não vejo a hora de começar a ser mais conhecida”, disse.

A Digital Favela é fruto de uma parceria da Favela Holding, com mais de 20 empresas de empreendedorismo cujo braço social é a Central Única das Favelas (Cufa) e a agência de propaganda Peppery.

É a primeira iniciativa com este direcionamento no mundo. O grande foco são as marcas interessadas em ampliar o horizonte da comunicação com um público praticamente inacessível e não representado, estimado em mais de 12 milhões de brasileiros, o equivalente a população das cidades do Rio, Brasília e Salvador somadas, e que movimenta mais de R$ 120 bilhões por ano.

Como funciona?

O morador da comunidade com mais de 1 mil seguidores nas redes sociais, que tiver um perfil comercial ou criador de conteúdo, pode entrar no site da Digital Favela e se cadastrar.

Depois, ele passa a fazer parte do quadro de influenciadores que servirá como uma grande vitrine para as empresas interessadas.

Para cuidar da parte de tecnologia e automação dos processos, a Squid, empresa especializada em marketing de influência, que terá a responsabilidade desde absorver o escopo da campanha elaborado pelo cliente até a identificação dos perfis ideais para cada ação publicitária.

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