Rio

'Botar Exército para enfrentar bandido é equívoco grosseiro', diz Ciro Gomes

Em crítcias à intervenção federal do Rio, pré-candidato chamou medida de 'politiqueira'
Ciro Gomes participou de evento organizado pelo jornal "Folha de S.Paulo" Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Ciro Gomes participou de evento organizado pelo jornal "Folha de S.Paulo" Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

SÃO PAULO - O ex-ministro e pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) criticou nesta terça-feira a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro proposta pelo presidente Michel Temer e aprovada pelo Câmara dos Deputados. Para Ciro, a medida é "politiqueira", "má intencionada" e  “de motivações miúdas”. Por outro lado, segundo ele, a ação corresponde com um pedido de uma parcela da sociedade brasileira.

— Botar exército para enfrentar bandido é um equívoco grosseiro — afirmou o pré-candidato durante evento organizado pelo jornal "Folha de S.Paulo".

Apesar das críticas de Ciro, a orientação do PDT ontem na Câmara foi votar com o governo pela intervenção e os 15 deputados federais pedetistas presentes votaram seguindo a diretriz — O partido tem 21 representantes.

Questionado sobre a situação do seu estado, o Ceará, que também enfrenta uma onda de violência, Ciro disse que lá não há necessidade de intervenção porque o Ceará “tem governo” e que apesar dos índices de homicídios terem crescido, o governador, Camilo Santana (PT), “toma conta”.

Brigas entre facções criminosas têm deixado um rastro de mortes no estado, comandado por Ciro entre 1991 e 1994. Só na capital, Fortaleza, o número de mortes violentas entre janeiro e outubro de 2017 foi quase o dobro do mesmo período de 2016.

Ainda sobre a situação da segurança pública no país, Ciro disse que o governo paulista negociou com facções criminosas e afirmou que em São Paulo “se fraudam indicadores de homicídios” pois não é utilizada “a metodologia do Ministério da Justiça”. São Paulo tem, segundo dados divulgados mensalmente pela Secretaria de Segurança Pública, a mais baixa taxa de homicídios no Brasil.

— Tudo indica que [o PCC] fez acordos com autoridades locais há mais de uma década — criticou.

(*Estagiário, sob a supervisão de Flavio Freire)