• Nathalia Fabro*
Atualizado em
Fábien Oliveira e Renato Rodrigues conquista Olimpíada pela primeira vez para o Brasil (Foto: Reprodução/ Facebook Renato Rodrigues)

Fábien Oliveira e Renato Rodrigues. Foi a primeira vez que o Brasil venceu esta olimpíada (Foto: Reprodução/ Facebook Renato Rodrigues)

Dois jovens brasileiros ganharam a Olimpíada Internacional de Tecnologia e Inovação, conquistando pela primeira vez o título para o país. Eles também levaram para casa o prêmio de cinco mil francos suíços, visto que a competição aconteceu no Idiap Research Institute, em Martigny, na Suíça. 

Os consagrados foram Fábien Giovanni de Oliveira, de 22 anos, estudante do 4° ano de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), e Renato Rodrigues, de 27 anos, mestrando em Estratégia e Inovação em Engenharia de Produção na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 

Eles desenvolveram o "Milênio Bus", projeto que integra a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) com o transporte público por meio de um hardware e um aplicativo de celular. "O objetivo é trabalhar com pagamentos digitais, informações ao passageiro e geração de dados com Big Data", explica Oliveira em entrevista à GALILEU. 

Para ganhar a olimpíada, foi necessário muito mais do que apenas uma boa proposta. A competição durou três semanas, e nesse período os jovens assistiram aulas de negócios, e venture capital, por exemplo, com professores e especialistas. Eles tiveram que usar esse tempo para aprimorar o projeto para que ele pudesse se tornar uma startup com potencial de aplicação no mercado. 

Leia também:
+ Brasileiros ficam em 1º lugar em Olimpíada Internacional de Matemática
+ Ceará foi estado com mais finalistas na Olimpíada de História do Brasil

Fábien Oliveira (à esq.), Renato Rodrigues (centro) e Daniel Rufle (à dir.), diretor do IDIAP e responsável pela Olimpíada (Foto: Divulgação/ Fábien Oliveira)

Fábien Oliveira (à esq.), Renato Rodrigues (centro) e Daniel Rufle (à dir.), responsável pela Olimpíada (Foto: Divulgação/ Fábien Oliveira)

Ao todo, 40 pessoas participaram da disputa, sendo que elas foram divididas em sete equipes. No dia de encerramento da olimpíada, os grupos tiveram que se apresentar por quatro horas para uma banca de avaliadores e investidores. "Se eu pudesse mensurar o dia mais difícil, eu diria que é o último", afirma Oliveira. "Porque ali você coloca em jogo toda dedicação e esforço de três semanas."

Para Rodrigues, a adaptação ao idioma e ao fuso horário também foram complicados. "A gente gravava os feedbakcs dos jurados no celular e escutava várias vezes no quarto até entender o que eles estavam falando", revela Rodrigues. 

Apesar disso, ele se orgulha do prêmio, principalmente porque diz ter trabalhado com poucos recursos e condições adversas. "O brasileiro é um povo bem criativo, temos que valorizar nossa resiliência", opina. 

Leia também:
+ Brasileiros levam ouro em Olimpíada Internacional de Física
+ Brasil fica em primeiro lugar em Olimpíada de Astronomia e Astronáutica

Processo seletivo
O empenho dos dois durou mais que algumas semanas. O processo de seleção foi criterioso. Ele começou no início do ano e consistiu no preenchimento de diversos formulários online. Na segunda fase, os aprovados tinham que mandar um resumo profissional e acadêmico, além de cartas de recomendações. 

A terceira e última fase reuniu 40 selecionados do mundo todo em um grupo do LinkedIn, e foi neste momento que eles se separaram em duplas ou trios. O passo seguinte foi encaminhar um plano de negócios e um vídeo sobre a proposta de projeto. 

Oliveira e Rodrigues não foram trabalhar juntos de "paraquedas". Eles se conhecerem em dezembro de 2016, quando participaram de uma Hackathon — maratona de programação — em Campinas, no interior paulista. "Percebi um grande potencial em Renato e ele também percebeu o mesmo de mim, e foi então que resolvemos formar uma equipe", comenta Oliveira. 

Futuro
Vencer a olimpíada não foi o passo final. Os estudantes pretendem continuar trabalhando para melhorar a educação e vida da sociedade. Em relação ao "Milênio Bus", os dois vão se organizar para aprimorá-lo. 

"Estou com planos de desenvolver um projeto bem legal na área de tecnologia, inicalmente em minha cidade natal, Ouro Fino (MG)", fala Oliveira. "Aguardem por novas informações, será uma surpresa muito legal para todos." (Estamos ansiosos!)

* Com supervisão de Isabela Moreira

Curte o conteúdo da GALILEU? Tem mais da onde ele veio: baixe o app da Globo Mais para ver reportagens exclusivas e ficar por dentro de todas as publicações da Editora Globo. Você também pode assinar a revista, por R$ 4,90 e baixar o app da GALILEU.