Por G1 SP e TV Globo — São Paulo


Manifestação a favor da democracia termina em confronto com a polícia em São Paulo

Manifestação a favor da democracia termina em confronto com a polícia em São Paulo

Um protesto pró-democracia organizado por integrantes de torcidas de futebol neste domingo (31) começou de forma pacífica, teve confusão com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e, depois, embate com a polícia. O ato ocorreu na Avenida Paulista, região central de São Paulo.

Os principais momentos da manifestação foram:

Segundo a polícia , um homem de 43 anos foi agredido durante a confusão e socorrido na Santa Casa de Misericórdia. Ainda não há mais informações sobre quem são o homem e os agressores.

Pelo menos cinco manifestantes foram detidos e levados ao 78º Distrito Policial dos Jardins. Segundo a PM, alguns estavam com produtos químicos e armas brancas.

Durante o confronto, a avenida foi bloqueada. Às 17h, o trânsito da Paulista foi liberado no sentido Paraíso, mas entre a Pamplona e a Peixoto Gomide os carros só utilizam duas faixas da via.

Início: união de torcidas e coro pró-democracia

Durante uma hora, as torcidas organizadas de Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos se manifestaram sem confusão na Avenida Paulista. Elas haviam convocado os atos de forma conjunta pela internet.

Torcidas organizadas caminham pela Avenida Paulista com faixa "somos pela democracia" — Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

As torcidas dos principais clubes de São Paulo começaram o ato por volta de 12h, de forma pacífica, com coros e bandeiras defendendo a democracia. Também houve gritos contra o governo Bolsonaro.

Torcedores do Palmeiras em ato pró-democracia — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Diversos vídeos, que foram bastante compartilhados nas redes sociais, mostram as torcidas se reunindo no vão do MASP. O principal canto era apenas a palavra "democracia".

Veja vídeo abaixo:

Torcedores fazem ato pela democracia em São Paulo

Torcedores fazem ato pela democracia em São Paulo

Depois, os torcedores saíram caminhando em coro pela Avenida Paulista. A marcha seguiu pacífica, com a PM acompanhando de longe. Na frente da manifestação tinha uma faixa onde se lia: "Somos pela Democracia".

Corintianos participam de ato antifascista na Avenida Paulista — Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Encontro com apoiadores de Bolsonaro

A primeira confusão começou por volta de 13h. Inicialmente, o embate foi com um grupo de defensores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Eles realizam ato no local a favor da reabertura do comércio durante a pandemia.

A polícia vai apurar se a presença de bandeiras usadas por grupos neonazistas ucranianos foi o estopim para o confronto.

Carro de som de grupo de apoiadores de Bolsonaro exibe bandeira neonazista — Foto: Reprodução/TV Globo

“Num dos grupos, eu imagino que tinha sido isso aí porque o pessoal tinha bandeira lá. A informação que me chegou da polícia é de que tinha isso, que chegou lá pessoal com bandeira neonazista, com alguma referência a neonazismo, e que isso teria provocado a agressão dos demais a essas pessoas”, disse o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM ao G1, que, no entanto, falou que isso ainda terá de ser apurado. “Mandei checar essa informação”.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro exibem bandeira derivada do movimento político ucraniano de extrema direita e ultranacionalista, Pravyy Sektor, durante ato na Avenida Paulista — Foto: Alice Vergueiro/Estadão Conteúdo

Um vídeo nas redes sociais mostra uma apoiadora do governo Bolsonaro com um taco de beisebol na mão sendo levada por um policial para longe dos manifestantes do outro grupo.

Manifestante a favor do presidente Jair Bolsonaro aponta bastão para torcedor de ato a favor da democracia e é conduzida por PM na Avenida Paulista, em São Paulo — Foto: Reprodução/Twitter

Outro vídeo mostra uma troca de insultos aos gritos entre um manifestante do grupo dos torcedores e outro que vai para cima dele e diz ser veterano de guerra, pró-Bolsonaro.

Manifestante pró-democracia (à esquerda) discute com manifestante bolsonarista na Avenida Paulista — Foto: Reprodução/Redes sociais

Neste momento, a Polícia Militar se colocou entre os dois grupos, para evitar confrontos entre eles. Mesmo assim, houve confusão.

Foi feito um cordão de isolamento entre os dois grupos, que estavam entre os prédios do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e da Federação da Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Embate com a Polícia Militar

Bombas de gás são lançadas na direção de manifestantes na Avenida Paulista

Bombas de gás são lançadas na direção de manifestantes na Avenida Paulista

Por volta das 14h, ocorreu novo confronto, dessa vez entre policiais militares e os torcedores pró-democracia. Os PMs atiraram bombas de efeito moral e os torcedores arremessaram pedaços de pau e pedras nos policiais.

PM usa bombas de gás em confronto com manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Ás 15h20, parte dos manifestantes fazia uma espécie de barricada ateando fogo em objetos no meio da Avenida Paulista, próximo à Rua da Consolação. Também foi colocada uma caçamba na rua e uma banca de jornal foi depredada. Policiais militares também permaneciam na rua, caminhando com escudos em direção ao grupo.

"A Polícia Militar designou mais de 200 policiais dos batalhões territoriais e especializados, como o BAEP, de Choque e do Trânsito para fazer a segurança de participantes e garantir a ordem nos atos iniciados por volta das 11h30 deste domingo (31), na Avenida Paulista. Durante os trabalhos, houve briga generalizada e a PM atuou para impedir o conflito entre os grupos antagonistas", diz nota da PM.

Segundo o coronel Álvaro Camilo, por volta de 15h, não era possível afirmar ainda quem iniciou a confusão. “As imagens, os atos, analisando claramente vamos saber quem começou”, disse. “A Polícia vai agir agora para manter a ordem. Não interessa o grupo, não interessa o lado."

“A polícia estava ali entre os dois grupos antagônicos para manter a segurança de todos. Num determinado momento começaram a atirar pedras contra a Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral”, disse o coronel Álvaro Camilo à GloboNews.

Fim dos confrontos

Por volta das 18h, não havia mais registro de confrontos. O ato pró-democracia foi dispersado pela PM e não estava mais no local.

Mas o protesto pró-Bolsonaro continuava na Paulista por volta das 18h. Neste grupo, havia pedidos de intervenção militar e símbolos neonazistas em cima de um carro de som, de acordo com informação da GloboNews.

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