19/04/2016 19h27 - Atualizado em 19/04/2016 19h54

Com quase 70 escolas ocupadas, Rio terá férias em maio e aula nos Jogos

Medida valerá para os colégios que foram ocupados pelos estudantes.
Professores decidiram manter greve, que já dura 50 dias.

Do G1 Rio

A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro decidiu antecipar para maio as férias escolares. A mudança foi tomada após 50 dias de greve na rede pública estadual e com o saldo de 68 escolas ocupadas pelos alunos.  Com a antecipação das férias, os estudantes vão ter aulas durante as olimpíadas.

Conforme mostrou o RJTV, a rotina do Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado, Zona Sul do Rio, a rotina foi totalmente alterada com a ocupação.

“As escolas estavam sem voz. Os alunos estavam sem voz. E a gente começou a ocupação em apoio as outras escolas e pra gente ter uma voz, pra gente recorrer aos nossos direitos”, disse um dos estudantes que participam da ocupação.

Tem até barraca para os alunos dormirem nos jardins do colégio Amaro Cavalcanti. Dentro, os alunos se revezam na atividades, como nos serviços de limpeza e na cozinha. “Cada um faz um pouco. Um lava, um cozinha, um limpa, um arruma as mesas, para manter tudo em ordem a gente tem feito isso”, contou uma das alunas.

Os alunos também estão pintando um dos banheiros e a sala dos professores foi transformada em dormitório. Para conseguir manter esta estrutura, eles estão recebendo doações, como água mineral, material de higiene e alimentos.

Alunos cuidam da limpeza da Escola Estadual Prefeito Mendes de Moraes na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro. A escola está ocupada pelos estudantes desde o dia 21 de março por melhorias no sistema de ensino e mais verbas  (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)Alunos cuidam da limpeza da Escola Estadual
Prefeito Mendes de Moraes na Ilha do Governador,
zona norte do Rio (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)

A primeira ocupação aconteceu no dia 21 de março no Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador. Desde então, o movimento ganhou força em todo o estado. A Assembleia Nacional do Estudantes Livres disse que 68 escolas estão ocupadas em 23 cidades. Só as pessoas autorizadas pelos organizadores do movimento podem entrar nos colégios.

Em uma escola na Zona Norte da capital, os alunos colaram cartazes no portão com as reivindicações. Eles pedem ar condicionado nas salas, reforma na área interditada e diminuição de alunos nas salas, que estão lotadas.

Nas escolas ocupadas, a Secretaria Estadual de Educação antecipou para o dia 2 de maio, as férias previstas para agosto, desta maneira, os alunos irão estudar durante as olimpíadas.

Os estudantes que ocupam as escolas apoiam a greve dos professores que começou há um mês e meio. Os professores pedem reajuste salarial, mudança no calendário de pagamento e melhores condições de trabalho. Em assembleia na tarde desta terça-feira, os professores decidiram manter a paralisação

Os pais dos alunos temem que 2016 seja um ano perdido para os estudos. “A minha maior preocupação é com o aluno fora da escola: o estudo. Como é que fica isso? Quando que a gente vai ter aula? Quando que a gente vai ter uma resposta? Quando isso vai acabar?”, questionou.

A Secretaria de Educação disse que atendeu a várias reivindicações dos alunos e que espera que as escolas sejam desocupadas.

Foi finalizada a questão da meritocracia que eles reclamam do pagamento de bonos. As provas que são avaliativas, diagnósticas. Eram quatro, a secretaria mudou para dois. E a escolha do diretor de escola, que antes era um processo interno da secretaria por critério técnicos, será pelo voto dos alunos, pais e professores. As reivindicações pontuais a secretaria precisa que os alunos desocupem para fazer as intervenções na parte de infraestrutura", afirmou o chefe de gabinete da Secretaria de Educação, Caio Castro Lima

Lima disse ainda, ao defender a desocupação das escolas, que o momento pede respeito ao próximo. "Chegou um momento que as pessoas têm que começar a respeitar o próximo. Fizeram sua movimentação, foram ouvidos, a secretaria reconheceu suas falhas, pediu desculpas, mas é o seguinte, chegou ao limite, vamos ter aulas”, disse .

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