A União Europeia (UE) e seus países membros tomarão medidas coordenadas para responder ao aperto cada vez maior da China sobre Hong Kong, disse o chefe de política externa do bloco nesta segunda-feira. As medidas poderão incluir a proibição de exportação de tecnologias sensíveis, o aumento das possibilidades de visto para cidadãos da cidade e a reconsideração de acordos de extradição.
A iniciativa marca um aprimoramento significativo da resposta da UE à imposição da China de uma controversa lei de segurança nacional em Hong Kong, que os países ocidentais dizem ter restringido as liberdades e quebrado os compromissos internacionais do gigante asiático. Também oferece novas evidências de uma atitude endurecida em relação a Pequim no bloco.
Nesta segunda-feira, após reunião de ministros das Relações Exteriores da UE em Bruxelas, o chefe de Política Externa do órgão, Josep Borrell, disse que as ações “muito draconianas” da China em Hong Kong minaram a autonomia e as liberdades da ilha e “terão claramente um impacto em nossas relações” com a China. Segundo ele, os ministros discutiram uma série de medidas em resposta, algumas das quais se espera que os governos nacionais anunciem nos próximos dias.
Entre as etapas discutidas na reunião desta segunda-feira – a primeira a ocorrer pessoalmente entre os ministros desde o início da pandemia de covid-19 – havia uma proibição de controle de exportação de tecnologias que poderiam ser usadas pela polícia de Hong Kong e outras autoridades, revisando links de extradição e avaliações e ampliação das possibilidades de visto.
O Parlamento Europeu recomendou no ano passado medidas para interromper a exportação de balas de gás lacrimogêneo e borracha e os Estados Unidos tomaram medidas semelhantes em novembro passado. Recentemente, o Reino Unido facilitou o caminho para cidadãos de Hong Kong com direitos de visto britânicos permanecerem no país por até cinco anos e se tornarem elegíveis para a cidadania britânica completa.
A China rejeitou fortemente o que considera interferência estrangeira em seus assuntos internos. Os debates entre o país e a UE cresceram cada vez mais nos últimos meses, em temas como o coronavírus, a intergerência em Hong Kong e o que as autoridades europeias dizem ser as promessas não cumpridas da China de concordar com condições comerciais mais justas.