NORTE E NOROESTE

Por G1 ES


Pássaros de vários tipos são encontrados na Estação de Biologia Augusto Ruschi — Foto: Vitor B Barbosa/Divulgação

Trilhas na floresta, praias tranquilas e centenas de beija-flores fazem parte do cenário real da Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi (EBMAR), em Santa Cruz, no município de Aracruz, no litoral do Espírito Santo. Suspenso durante um ano e meio, em novembro a estação retomou um antigo projeto, para receber alunos e interessados em discutir educação ambiental.

O destaque é o Projeto Arca de Noé, com aulas práticas de ecologia. O projeto é pioneiro no país e promove o contato dos alunos com a natureza que parece distante quando estão em sala de aula.

O Arca de Noé foi criado em 1989 por André Ruschi, filho de Augusto Ruschi, sendo atualmente uma das poucas áreas particulares do Espírito Santo com o objetivo de promover a educação ambiental.

O projeto atende alunos de todas as idades, da rede pública e privada, além de pessoas comuns que queiram levar a família e amigos para um paraíso perto de casa. Onde se pode aprender mais sobre algo que precisa de cuidado, de preservação.

A equipe da EBMAR tem o objetivo de divulgar e manter a obra e acervo das pesquisas de Augusto Ruschi, além de despertar a consciência ambiental com debates sobre diversos temas ligados à ecologia e ao meio ambiente.

Animais variados são encontrados na Estação de Biologia Augusto Ruschi — Foto: Vitor B Barbosa/Divulgação

Retomada das atividades

Com o falecimento de André Ruschi (1956-2016), o Projeto Arca de Noé ficou suspenso por um ano e meio e recentemente teve sua atividade retomada por seu filho Gabriel Ruschi, e a bióloga Priscilla Nobres.

A Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi é uma instituição privada que atualmente não conta com o apoio de nenhuma instituição pública ou privada e se mantém através dessas visitas monitoradas e apoio de voluntários.

A EBMAR está aberta de terça a domingo, de 8h às 17h ao público em geral e recebe agendamentos para o projeto Arca de Nóe pelo contato ebmar@gmail.com.

Estação retomou o antigo projeto, para receber alunos e interessados em discutir educação ambiental — Foto: Vitor B Barbosa/Divulgação

Atrativos

A EBMAR tem 50 anos de trabalho de campo que resultaram em pesquisas. São mais de 30 km de de Mata Atlântica preservada.

Ao caminhar pelas trilhas na mata, o visitante tem a oportunidade de despertar todos os cinco sentidos sensoriais: sentir as diferentes texturas das folhagens, ver as cores vibrantes das flores e dos beija-flores, ouvir o som dos pássaros e do vento nas árvores, saborear pitangas silvestres e acerolas além de sentir constantemente o ar puro e o cheiro de terra molhada.

Desta forma, a pessoa se reconecta com a natureza, ligação muitas vezes perdida com a vida corrida nas cidades.

A EBMAR também tem um museu com animais coletados na região de Santa Cruz e Santa Teresa, uma fonte riquíssima de conhecimento sobre a fauna local.

Desde sua fundação, mais de 500.000 alunos de 1000 escolas e 20 universidades já tiveram o privilégio de vivenciar o Projeto Arca de Noé, que já escolhido pelo canal Futura como um dos 10 projetos mais importantes em realização no país.

História

Trabalhar a relação do homem com o meio ambiente fez parte do projeto de vida de um dos capixabas mais importantes no cenário nacional, o ambientalista Augusto Ruschi (1915-1986), patrono da Ecologia no Brasil.

Com importância indiscutível para preservação da nossa Mata Atlântica, na década de 60, ele perseverou num cenário onde não se tinha consciência nem informação de quão danosa poderia ser o uso irracional dos recursos naturais.

Nesse contexto, foi fundamental na criação de duas instituições científicas de grande importância: o Museu de Biologia Professor Mello Leitão - em Santa Teresa e a Estação de Biologia Marinha Ruschi (EBMAR) – em Santa Cruz/Aracruz.

A área a qual está inserida, no passado ocupada por pasto e monocultura, atualmente está toda recuperada com espécies da Mata Atlântica (foto), um processo longo e de grande dedicação por parte de seus dirigentes. Atualmente, a EBMAR está sob comando de Gabriel Ruschi, terceira geração familiar a dar continuidade à instituição.

O teiu é um dos animais encontrados na Estação de Biologia Augusto Ruschi — Foto: Mario Candeias/Divulgação

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