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Política Brasília

'Morreu esse assunto', diz Mourão sobre promoção de filho no BB

Antonio Hamilton Rossel foi nomeado assessor especial da presidência do banco com salário de R$ 36,5 mil
O vice-presidente Hamilton Mourão participa de cerimônia de transmissão de cargo do comando da Marinha Foto: Evaristo Sá/AFP/09-01-2019
O vice-presidente Hamilton Mourão participa de cerimônia de transmissão de cargo do comando da Marinha Foto: Evaristo Sá/AFP/09-01-2019

BRASÍLIA — O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, considera superada a polêmica causada pela promoção de seu filho , Antonio Hamilton Rossel Mourão, para o cargo de assessor especial da Presidência do Banco do Brasil.

— Esse assunto é um assunto morto. Morreu esse assunto — disse Mourão ao GLOBO.

Como revelou a Revista Época na terça-feira, um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter dado posse ao novo presidente do banco, Rubem Novaes, o filho de Mourão foi nomeado para o cargo de assessor especial da Presidência, elevando seu salário de R$ 14 mil para R$ 36,5 mil.

Nesta quinta-feira, ao ser questionado pelo GLOBO, o vice, além de dizer que o assunto está encerrado para ele, afirmou que sequer precisou discutir a polêmica com Bolsonaro.

— Não teve necessidade (de falar com o presidente). É uma coisa interna da instituição, que é uma S.A. (sociedade anônima) — afirmou o vice-presidente.

O filho de Mourão é funcionário de carreira do BB e está na instituição há 18 anos. Nos últimos 11 anos, fazia parte da diretoria de Agronegócios. Ele deve assessorar o presidente nesta área.

Na terça, ao justificar a promoção, o presidente do banco, Rubem Novaes, afirmou que o funcionário possui excelente formação e capacidade técnica.

"Antônio é de minha absoluta confiança e foi escolhido para minha assessoria, e nela continuará, em função de sua competência. O que é de se estranhar é que não tenha, no passado, alcançado postos mais destacados no Banco", disse, por meio de nota.

Também na terça, o próprio vice-presidente afirmou numa rede social que seu filho foi nomeado por ter "absoluta confiança" do novo presidente do banco, além de ter prestado "excelentes serviços" e ter "conduta irrepreensível". Mourão ainda disse que nos governos anteriores "honestidade e competência" não eram valorizadas.

Nesta quinta, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Mourão voltou a defender a indicação do filho, dizendo que, se pudesse, teria Rossel Mourão em sua equipe.