Por Eduardo Tchao, Paulo Mário Martins e Raoni Alves, TV Globo e G1 Rio


Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga tiros no carro da deputada Martha Rocha

Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga tiros no carro da deputada Martha Rocha

O carro onde estava a deputada estadual e delegada Martha Rocha (PDT-RJ) foi atingido por tiros na manhã deste domingo (13) na Rua Belisário Pena, Penha, na Zona Norte do Rio. Ela não se feriu. O motorista do veículo, que é subtenente reformado da Polícia Militar, foi baleado na altura do tornozelo e foi levado para o Hospital Getúlio Vargas. Ele recebeu atendimento e foi liberado.

Na Delegacia de Homicídios da capital, Martha Rocha afirmou que recebeu a informação de que era ameaçada por milicianos.

“Eu recebi uma notícia do Disque Denúncia, mais precisamente três notícias, de uma ameaça dirigida a mim. A informação era de que um segmento da milícia planejava atingir algumas autoridades e o meu nome vinha especificado", destacou a parlamentar.

A partir disso, Martha Rocha contou que participou de reuniões com autoridades do Estado do Rio de Janeiro, entre elas o general Braga Netto, então interventor na segurança pública, para avaliar o risco que sofria. Com base nisso, ela comprou um carro blindado, que era o que estava utilizando na hora do crime.

Ela estava indo para a igreja em companhia da mãe quando o veículo foi interceptado por um utilitário branco. Um homem vestindo capuz e portando fuzil atirou.

"Saí da casa da minha mãe por volta das 9h05 para ir a uma missa. Minha mãe tem 88 anos de idade, tem pouca mobilidade e senta no banco da frente. Eu sento no banco atrás do carona. Nesse momento, o motorista reduziu a velocidade do veículo e logo em seguida eu percebi um olhar de preocupação dele", revelou Martha Rocha.

Perito analisa carro em que estava a deputada estadual Martha Rocha — Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Tiros contra o carro

Ela conseguiu ver, no carro de trás, um homem armado com um fuzil. "Diante daquela cena, o motorista acelerou o carro, mas este carro emparelhou com o nosso carro e eu pude ver que a pessoa que estava no banco do carona botou todo o seu tronco pra fora, o que me permite dizer que era um homem alto. Ele estava com uma roupa toda preta, de luvas pretas e de balaclava no rosto. Ele fez disparos contra o veículo que eu estava".

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios (DH) da capital, pois se trata de uma parlamentar e ex-chefe de Polícia Civil. A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) também está no caso.

Martha Rocha destacou que o motorista seguiu fugindo pelas ruas da Zona Norte durante a perseguição. "Nós continuamos pela Av Brasil e eles continuaram atrás da gente. Havia uma pequena retenção e eu abaixei a minha mãe no carro e tentei ver como estava o outro veículo. Em seguida nós conseguimos entrar em uma rua e eles seguiram diretamente. Eu continuei até o Clube Olaria, quando o carro não andou mais porque os dois pneus foram alvejados. A partir daí, o carro parou e o motorista me alertou que estava ferido. Eu fiz sinal para um carro que passava e o motorista parou para nos levar ao Hospital Getúlio Vargas", relatou a parlamentar.

Investigações

Os agentes investigam se o caso é uma tentativa de assalto ou um atentado. O secretário de Polícia Civil destacou ainda que todas as possibilidades estão sendo investigadas e confirmou que existe uma quadrilha de assaltantes atuando na região do crime, mas fez questão de destacar que ainda é cedo para qualquer definição.

“A polícia trata isso como uma prioridade. Nós vamos usar todos os recursos possíveis para dar uma posição. A gente tem duas opções por hora: uma tentativa de assalto ou talvez uma tentativa de execução. Mas não temos como afirmar nada agora”, destacou o secretário.

O governador Wilson Witzel afirmou que a linha inicial de investigação é a de tentativa de latrocínio, mas acrescentou que a possibilidade de atentado não está descartada.

Deputada estadual chega à sede da Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, para prestar depoimento — Foto: Raoni Alves/ G1

A deputada esteve no local do crime e chegou para prestar depoimento às 13h20 na sede da DH, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Governador fala

Martha Rocha, de 59 anos, foi a primeira mulher a chefiar a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Ela teve uma atuação destacada no processo de criação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam). Atualmente ela exerce o segundo mandato como deputada estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Em nota, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que determinou que os esforços da polícia sejam concentrados na elucidação do crime e que episódios como este em que criminosos colocam em risco o direito de ir e vir dos cidadãos serão punidos de maneira exemplar.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também divulgou uma nota em que destacou que considera extremamente grave o ataque contra Martha Rocha e seu motorista. O presidente em exercício da casa, André Ceciliano, conversou com o governador sobre o caso. A Alerj destacou ainda que espera que o caso seja apurado com urgência para prisão e punição dos responsáveis.

Pneu de carro da deputada estadual Martha Rocha foi atingido por tiros — Foto: Paulo Mário Martins/ TV Globo

Deputada estadual e delegada Martha Rocha (PDT-RJ) — Foto: Divulgação/ Martha Rocha

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