A história de superação do judoca congolês Popole Misenga, refugiado no Brasil desde 2013, ganhará mais um capítulo inspirador nas próximas semanas. Dois anos depois de lutar os Jogos Olímpicos do Rio 2016, sob a bandeira Time Olímpico de Refugiados, o atleta do Instituto Reação do Rio de Janeiro, foi convidado por Yasuhiro Yamashita, uma das lendas vivas do judô e atual presidente da All Japan Judo Federation (Federação Japonesa de Judô), para treinar no Japão e participar do Grand Slam de Osaka, que acontecerá de 23 a 25 de novembro.
No Japão, o meio-pesado congolês lutará novamente sob a bandeira do Time Olímpico de Refugiados. A competição é uma das etapas mais tradicionais do Circuito Mundial da Federação Internacional de Judô (IJF) e acontece anualmente em Tóquio. Contudo, por conta dos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2020, a edição deste ano do Grand Slam japonês será realizada na cidade vizinha, Osaka.
Popole está inscrito na categoria meio-pesado (100kg), onde poderá enfrentar os melhores judocas do mundo neste peso, como Guham Cho (KOR) e Varlam Liparteliani (GEO), atuais campeão e vice-campeão mundiais, além dos japoneses Aaron Wolf, campeão mundial em 2017, e Ryunosuke Haga, campeão mundial em 2015.
Presidente e idealizador do Instituto Reação, que acolheu Popole e sua compatriota também judoca Yolande Mabika em 2013, o medalhista olímpico Falvio Canto enalteceu a generosidade dos japoneses pelo convite e lembrou dos princípios de solidariedade na filosofia do judô.
- Coisas do esporte. Yamashita Sensei, Kosei Inoue e Federação Japonesa de Judô, muito obrigado por sua generosidade ao convidar Popole e nosso sensei, Daniel Loureiro, para essa experiência inesquecível. Jita Kyoei no seu melhor! Nos vemos em Tóquio 2020 - escreveu o ex-atleta da seleção brasileira em seu perfil nas redes sociais.