• Sebastião Nascimento
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Antonio Camardelli-carne (Foto: Sebastião Nascimento)

Antonio Camardelli anuncia resultados “excelentes” com o comércio internacional de carnes (Foto: Sebastião Nascimento)

“Pasmem”. Assim, bastante satisfeito, Antonio Camardelli, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores  de Carne (Abiec) divulgou o faturamento dos exportadores de carne neste ano: US$ 6,2 bilhões. A expressão do início foi usada pelo executivo para explicar o excelente resultado alcançado mesmo diante da tempestade de fatores negativos que assustou o setor ao longo de 2017: Carne Fraca, delação dos irmãos Baptista, embargo dos EUA, crise econômica e política e etc. “Poderia ser uma cifra ruim, porém, o mundo não tem como substituir a carne brasileira, seja em oferta como em qualidade. Mais: temos uma grande capacidade para nos adequarmos a novos ambientes de mercado”, afirma Camardelli.

Outros ambientes e mercados incluem desde os que migram de países em conflito, como até soldados do Egito. A carne brasileira é destinada a 134 países. Assim, se a fatura foi 13% superior à do ano passado, as toneladas embarcadas subiram 9,2%, de 1,40 milhão para 1,53 milhão.

Confira: “Nos meses de março e abril deste ano, quando a operação Carne Fraca foi deflagrada, e abril, a queda do faturamento foi de 25%, no entanto, entre abril e maio, o crescimento já foi a 28%. As altas aconteceram tanto em volume exportado quanto em ganhos monetários”, afirma Camardelli.

Hong Kong se destaca como o principal destino da carne bovina brasileira. De janeiro a novembro, foi responsável pelo embarque de 367 mil toneladas do produto, seguido pela China (190 mil toneladas) e Rússia (146 mil toneladas). Na comparação com 2016, esses países geraram, respectivamente, aumentos robustos de 31%, 29% e 27%.

Num país em que a economia ensaia seus primeiros passos no caminho ido da recuperação, a indústria exportadora de carne já salta à frente quanto às expectativas para 2018. Segundo Camardelli, a receita deve atingir US$ 6,9 bilhões e o volume embarcado, 1,68 milhão de toneladas.

A revista GLOBO RURAL perguntou a Camardelli se, nesse ritmo de crescimento, o faturamento de US$ 10 bilhões com as exportações de carne é possível e quando. “Não dá para fixar uma data, porém será antes do que imaginamos”, responde.

Camardelli comentou que a Abiec apoia a retirada da vacinação contra a febre aftosa prevista pelo governo brasileiro. O executivo acredita que o país já está preparado para parar de vacinar o gado e a medida deve facilitar a entrada em mercados suculentos, como o do Japão, que paga muito bem o produto.

Importante: Camardelli adianta que a Abiec pretende solicitar ao governo a abertura de painel contra o Japão na Organização Mundial do Comércio. (OMC) em janeiro ou fevereiro de 2018. Segundo ele, o período de diálogo e negociação foi esgotado. “Não há mais espaço”, crava.

O Japão deixou de importar carne brasileira em 2012.

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