Por G1


Dois em cada dez alunos ainda não tiveram aulas on-line durante a pandemia

Dois em cada dez alunos ainda não tiveram aulas on-line durante a pandemia

Uma pesquisa feito pelo Datafolha mostrou que ao menos 20% dos estudantes brasileiros não receberam nenhuma atividade escolar durante a pandemia de Covid-19. Os estados do Sul e do Sudeste foram os que mais ofereceram modalidades de ensino remoto aos estudantes da rede pública.

No Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a maioria dos alunos receberam atividades para fazer em casa enquanto as escolas continuam fechadas para evitar a transmissão do coronavírus. Ao menos 93% dos estudantes mantiveram os estudos a partir de emissões de TV, rádio, internet ou material impresso.

Cerca de 87% dos estudantes do Sudeste também receberam atividades para fazer em casa nos meses de isolamento. No Centro-Oeste o número foi parecido: 85% dos alunos tiveram atividades de ensino remoto.

O levantamento foi feito pelo Datafolha, a pedido do Instituto Lemann e entrevistou, por telefone, a 1.028 pais ou responsáveis de estudantes de escolas públicas municipais e estaduais brasileiras entre os dias 11 e 20 de junho.

A região Norte foi a que menos ofertou aos alunos da rede opções de ensino durante a pandemia. Nos sete estados, cerca de 60% dos estudantes receberam algum tipo de atividade em casa. Os alunos do Nordeste ficaram em segundo lugar entre os menos atendidos pelo ensino remoto, 70% deles receberam atividades.

Segundo a pesquisa, entre os que receberam materiais de educação remota, nem todos tiveram a mesma oferta. As atividades veiculadas na TV, rádio e internet, combinadas com materiais impressos feitos pelas secretarias chegaram a 40% dos alunos. Ao menos 3% disseram ter recebido apenas materiais impressos enquanto outros 37% ficaram somente com as emissões e atividades em rede.

Aulas remotas no Paraná — Foto: SEED/Divulgação

Evasão escolar

Outra pergunta feita pelo Datafolha para os responsáveis de cerca de 1,5 mil estudantes da rede pública foi sobre a permanência dos estudantes na escola após a pandemia. Cerca de 31% dos pais relataram medo de que os filhos abandonem os estudos.

Foi relatado em mais da metade dos estudantes uma falta de motivação para as atividades em casa. Ao menos 53% relataram desinteresse pelo ensino remoto. Além disso, em outros 61% dos alunos, foi identificada uma dificuldade na manutenção da rotina das atividades em casa.

O estudo identificou também que apenas um terço dos alunos se dedicou a mais de três horas de estudo por dia. Cerca de 29% dos pais e responsáveis relataram que os filhos mantiveram esse tempo de concentração. Já 82% dos alunos se dedicam a ao menos uma hora diária de estudos.

Ansiedade, medo e irritação

Mais da metade dos pais ou responsáveis (64%) disseram que seus filhos estão mais ansiosos. Ao menos 45% deles estão irritados, 37% tristes e 23% com medo de retornar à escola.

Dos que relataram medo, a maior parcela (87%) teme a contaminação pelo novo coronavírus no retorno às aulas. Entretanto, segundo os pais, cerca de 49% têm medo de não conseguir acompanhar o volume das atividades.

Entre os mais pobres, diz o levantamento, é maior o medo de não conseguir acompanhar o volume das atividades (60%) e o ritmo das aulas (53%).

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