Por Viviane Machado, G1 ES


Breno da Silva Vieira, de 22 anos, preso pelo crime de estupro virtual — Foto: Divulgação/ Polícia Civil

O jovem Breno da Silva Vieira, de 22 anos, foi preso suspeito de estupro virtual no Espírito Santo, na manhã desta quarta-feira (15). Pelo menos 13 vítimas fizeram denúncia; algumas delas são menores de idade.

O crime cometido por Breno, segundo a polícia, é o estupro cometido em ambiente virtual, popularmente chamado de "estupro virtual".

O Código Penal não cita o crime dessa forma, mas caracteriza o estupro como ato de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

No caso de Breno, ele exigia que as vítimas enviassem fotos ou vídeos nuas sob ameaças. O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Brenno Andrade, disse que o suspeito confessou os crimes e explicou como agia.

Como cometia o crime

  1. Breno criava um perfil falso e enviava um link para várias possíveis vítimas, avisando que tinha fotos nuas delas. A vítima clicava no site e tinha o perfil na rede social hackeado.
  2. O suspeito descobria outras fotos que a vítima já tinha compartilhado nas conversas da rede social e a partir daí começava a ameaçá-la.
  3. Segundo o delegado, em alguns casos ele exigia 20 tarefas da vítima, ordenando que ela enviasse 20 vídeos ou 20 fotos nas posições sexuais que ele queria.

“E ao final, mesmo a vítima cumprindo essa tarefa, ele não satisfeito criava um perfil falso da própria vítima, marcava os amigos dela e divulgava essas fotos e vídeos”, falou o delegado.

O jovem também criava um perfil falso, de uma pessoa chamada Wesley, e começava um namoro virtual com a vítima.

“A partir do momento que a vítima ganhava confiança, ela começava a mandar fotos para esse perfil. Esse perfil encerrava o relacionamento com a vítima, dando uma desculpa, usava outro perfil falso, entrava em contato dizendo que tinha descoberto essas fotos íntimas”, completou o delegado.

Titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Brenno Andade — Foto: Viviane Machado/ G1

Investigações

As denúncias começaram a chegar à polícia em agosto de 2017. Pelo menos, 13 vítimas já foram identificadas e os inquéritos foram abertos.

A polícia afirma que Breno fez outras vítimas e espera que novas denúncias surjam após a divulgação do caso. O G1 divulgou a imagem do suspeito a pedido da polícia.

Quem foi vítima ou tiver mais informações pode denunciar por meio do Disque-Denúncia 181 ou pelo site disquedenuncia181.es.gov.br. O sigilo e anonimato são garantidos.

Prisão e crimes

A prisão aconteceu na casa onde Breno mora com a avó, no bairro Vila Merlo, em Cariacica. No local, a polícia encontrou o celular que ele usava para cometer os crimes, vários chips de diferentes operadoras de telefonia e uma agenda telefônica onde estavam os números e e-mails das vítimas e das contas falsas que ele usava.

Agora, jovem pode responder pelos crimes de estupro virtual, armazenamento, divulgação de fotos de crianças e adolescentes, crimes contra a honra (como difamação e injúria) e constrangimento ilegal e ameaça.

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