Por G1 Santarém — Pará


Pirarucu manejado é pescado de lagos e rios, onde tem vida livre na natureza — Foto: Divulgação/Bruno Kelly

A preservação do pirarucu, um maior peixe de água doce do mundo não é fácil. Para manter em equilíbrio perpetuação da espécie, moradores de várias regiões montam estratégias de combate à pesca predatória excessiva. Na região do Tapará, em Santarém, no oeste do Pará, moradores e o governo iniciaram ações para coibir a prática criminosa.

Apesar do índice de casos ser crescente entre os meses de agosto e setembro, as estratégias valem para o ano inteiro. Geralmente, na maioria dos casos, a pesca é feita com uso de bombas ou arrastão – práticas danosas ao meio ambiente.

Nos últimos cinco anos a prática tem ganhado força e tem sido um fator negativo na região, mesmo com o trabalho desenvolvido entre os comunitários quanto a conscientização ambiental.

"É muito difícil evitar o problema com a presença de invasores que se aproveitam da grande área sem medir as consequências dos danos ambientais. Isso só traz prejuízos (...), o que gera outros problemas como a violência, pois existem pessoas na comunidade que já foram vítimas de arma de fogo e são ameaçadas", informou o líder comunitário, Rivelino Mota.

Ações

No sábado (20), vários órgãos se reuniram para debater sobre as questões ligadas às ações. Entre eles, as Secretarias Municipais de Meio Ambiente (Semma) e de Agricultura e Abastecimento (Semap), associações de moradores de Pixuna do Tapará e de Santa Maria do Tapará, Câmara de Vereadores de Santarém, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Representantes de vários órgãos se reuniram com comunitários da região para debater o que poderia ser feito para evitar a pesca predatória do pirarucu — Foto: Júlio César Guimarães/Ascom PMS/Divulgação

Entre as ações, ficou estabelecido que é necessária a presença da Polícia Militar no combate à pesca predatória, além da parceira com moradores que já fazem o trabalho de proteção nos lagos. Agentes da Semma também darão auxílio nessas áreas.

Para identificar os envolvidos, a população pode registrar o flagrante de qualquer crime ambiental com fotos, ou vídeos, ou informar os nomes dos envolvidos por meio de denúncias à Semma, ou à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), ou no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). A identidade do cidadão será mantida em absoluto sigilo.

Em Pixuna do Tapará, que conta com pouco mais de 250 comunitários divididos em 78 famílias, é desenvolvido um trabalho de forma voluntária de manejo do pirarucu há quase 20 anos.

Lideranças comunitárias e alguns moradores fazem a fiscalização dos lagos e o consumo do peixe é feito de forma sustentável, com retirada de quantidade de pescado necessária e no período permitido. Na região, o pirarucu é encontrado principalmente nos Lagos do Pixuna, Lago Novo, Paranã e Buracão.

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