11/06/2013 20h27 - Atualizado em 11/06/2013 20h53

Saiba mais sobre os protestos em SP contra aumentos de ônibus e Metrô

Atos começaram na quinta, 6, e registraram vandalismo e prisões.
Manifestantes protestam contra aumento na tarifa de R$ 3 para R$ 3,20.

Do G1 São Paulo

Cronologia - protestos (Foto: Arte/G1)

Uma série de protestos iniciada na quinta-feira (6) questiona o aumento das tarifas de trem, Metrô e ônibus em São Paulo para R$ 3,20, em vigor desde o início do mês.

Mobilizações semelhantes já foram registradas neste ano em outras cidades do país (veja ao lado).

Na capital paulista, os envolvidos nos atos já têm histórico de protestos contra reajustes nas passagens desde a década passada.

Entre os grupos mais conhecidos está o Movimento Passe Livre (MPL), que tem organizado os protestos recentes  recrutando pessoas, inclusive, pelas redes sociais. O movimento foi fundado em uma plenária no Fórum Social Mundial em 2005, em Porto Alegre.

No entanto, as primeiras ações pelo transporte gratuito em São Paulo começaram ainda em 2004, inspiradas em iniciativas ocorridas em Salvador (Revolta do Buzú, em 2003) e Florianópolis (Revolta da Catraca, em 2004).

Inicialmente, discussões do MPL feitas em escolas públicas da Zona Sul e da região de Pirituba defendiam o passe livre apenas para estudantes. Com o tempo, o movimento ganhou o apoio de universitários, movimentos comunitários, de moradia e de saúde. Atualmente, o MPL defende que a passagem seja gratuita para todos.

A organização do movimento, que se diz apartidário, não divulga uma estimativa do número de integrantes e diz contar com apoio de doações voluntárias para financiar panfletos e o material utilizado nas discussões.

Outro grupo que também convocou seus seguidores a participar das manifestações no início da semana foi o Movimento Mudança Já, que se define em sua página no Facebook como apartidário. O movimento se diz defensor de "uma gestão pública eficiente, da educação e da cidadania". No sábado (8), grupo organizou protesto relâmpago na Marginal Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

Em outros momentos, o Movimento Mudança Já chegou a sugerir em rede social uma campanha de boicote, que consistia em pagar as passagens de ônibus, trem ou metrô com notas de R$ 20 e R$ 50. O objetivo era que, sem troco, a companhia fosse obrigada a deixar "passar de graça".

Desta vez, os protestos tiveram início após o aumento da tarifa, de R$ 3 para R$ 3,20, nos meios de transporte da cidade. Segundo o MPL, “todo aumento de tarifa é injusto e aumenta a exclusão social.”

O aumento de 6,7%, no entanto, ficou abaixo da inflação no período – a tarifa dos ônibus, por exemplo, custava R$ 3 desde janeiro de 2011. Caso fosse aplicado o reajuste da inflação acumulada no período pelo IPC/Fipe, o novo valor seria de R$ 3,40, segundo a Prefeitura.

Antes do anúncio da nova tarifa, o prefeito Fernando Haddad disse que fez "um esforço para o menor reajuste possível".

Vandalismo
Neste ano, o primeiro protesto em São Paulo foi registrado na quinta-feira (6). Ao menos 15 pessoas foram detidas. Na Avenida Paulista, estações de Metrô, bancas de jornais e foram depredados. Ônibus foram pichados.

O MPL afirmou que não é responsável pelos atos de vandalismo e que os protestos do grupo foram reprimidos com truculência pela Polícia Militar. A PM disse que usa a força apenas para liberar o tráfego em vias importantes da cidade bloqueadas pelos manifestantes.

Repressão e inquérito
Para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, interromper o trânsito em vias importantes é “caso de polícia”. A afirmação foi dada em entrevista à Rádio França Internacional (RFI), em Paris. “Uma coisa é movimento, tem que ser respeitado, ouvido, dialogado. Isso é normal e é nosso dever fazê-lo. Outra coisa é vandalismo, é você interromper artérias importantes da cidade, tirar o direito de ir e vir das pessoas, depredar o patrimônio público que é de todos. Isso não é possível, aí é caso de polícia e a polícia tem o dever de garantir a segurança das pessoas."

O Ministério Público de São Paulo informou que irá instaurar inquérito civil público contra os responsáveis pelo quebra-quebra na capital durante protestos contra o aumento das passagens do transporte público. A Promotoria pretende identificar e responsabilizar legalmente os manifestantes que depredaram patrimônios públicos e privados e causaram congestionamentos.

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