Mais pessoas dizem confiar na empresa em que trabalham do que no governo, na mídia, no terceiro setor e no mercado como um todo.
Os dados são do “Trust Barometer”, uma pesquisa global da agência de relações públicas Edelman sobre o nível de confiança que a população deposita em diferentes instituições. Este ano, 33 mil pessoas participaram do levantamento realizado em 27 países, entre eles o Brasil.
No país, 77% dizem confiar no empregador, número próximo da média global (75%). No Brasil, houve um aumento de cinco pontos percentuais nesse índice, na comparação com o ano passado.
Quando olham para fora da própria empresa, no entanto, os respondentes se mostram mais críticos – 58% dos brasileiros dizem confiar no mercado de forma geral, enquanto 56% o fazem globalmente. Os índices são similares aos conquistados pelo terceiro setor (57% no Brasil e 56% globalmente).
Instituição com menos confiança globalmente (47%), a mídia recebe a credibilidade de 41% dos entrevistados no Brasil. No país, a instituição menos confiável continua a ser o governo (28%), apesar de um aumento de 10 pontos na comparação com o ano passado. A pesquisa foi realizada entre 19 de outubro e 16 de novembro de 2018.
Para Richard Edelman, CEO da empresa de relações públicas, a década atual está sendo marcada pela desconfiança crescente com figuras de autoridade tradicional como o governo e a mídia. Mais recentemente, no entanto, foi a vez de redes sociais e plataformas também serem alvo desse fenômeno. “Essas forças levaram as pessoas a depositarem sua confiança nas relações que estão dentro do seu controle, mais notavelmente os seus empregadores”, diz.
Para 78%, globalmente, a maneira como uma empresa trata seus funcionários é um dos melhores indicadores do nível de credibilidade que deve ser depositado nela. Quando pesquisam sobre uma companhia, mais de 60% confiam na opinião de especialistas e 53% acreditam no que dizem funcionários daquela empresa – número maior do que aqueles que confiam no CEO (47%) e no conselho de administração (44%).
A confiança depositada nas empresas não impede que a maioria dos respondentes se preocupe com a longevidade do próprio emprego. A maior parte dos entrevistados teme perder o trabalho por consequência da falta de qualificação (59%), da chegada da automação e de outras tecnologias que possam substituir sua ocupação (55%) e de turbulências decorrentes de guerras comerciais internacionais (57%).