Política Lava-Jato

MPF denuncia ex-secretário de Obras do Rio por lavagem de dinheiro

Embora tenha sido preso novamente hoje, acusação contra Alexandre Pinto é relativa à operação anterior
Policiais federais conduzem o ex-secretário de Obras do Rio, Alexandre Pinto Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo
Policiais federais conduzem o ex-secretário de Obras do Rio, Alexandre Pinto Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo

RIO - O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-secretário municipal de Obras do Rio Alexandre Pinto por lavagem de dinheiro . Ele voltou a ser preso nesta terça-feira na Operação Mãos à Obra, mas a denúncia é relativa a fatos investigados na Operação Rio 40 Graus, na qual Pinto foi preso pela primeira vez, em agosto de 2017.

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De acordo com os procuradores, o ex-secretário realizou transações em nome de familiares para ocultar propina recebida de empreiteiras. Ele teria realizado operações em nome da mãe e dos filhos para ocultar e dissimular a origem de patrimônio recebido ilicitamente da Carioca Engenharia, OAS e Andrade Gutierrez, empreiteiras contratadas para executar as obras da Transcarioca e da recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá.

Alexandre Pinto já era réu em outro processo, por corrupção, acusado de receber propina das empreiteiras pelo menos entre os anos de 2011 e 2014. A propina combinada correspondia a cerca de 1% um do valor total de cada uma das obras.

O MPF afirma que, para ocultar a origem dos recursos, Alexandre Pinto recebeu depósitos em dinheiro por meio de conta poupança em nome de sua mãe, no valor de R$ 305 mil, que era movimentada exclusivamente por ele. Além disso, os procuradores apontam que o ex-secretário de Obras também adquiriu diversos imóveis e realizou investimentos com valores obtidos com os crimes de corrupção, porém sempre em nome de seus filhos para ocultar a propriedade dos bens e a origem dos recursos.

“Alexandre Pinto da Silva ocultou sua condição de real proprietário dos imóveis, tendo por objetivo blindar o patrimônio adquirido como proveito dos crimes antecedentes de corrupção passiva e distanciar ainda mais os imóveis adquiridos da origem criminosa dos valores utilizados para sua aquisição”, afirmam o MPF na denúncia.

O MPF identificou o pagamento ao ex-secretário de Obras de ao menos R$ 750 mil da Carioca Engenharia e R$ 750 mil da OAS para garantir o direcionamento do processo licitatório das obras da Transcarioca ao Consórcio Transcarioca Rio. Nas obras de recuperação da Bacia de Jacarepaguá, foram pagos pelo menos R$ 500 mil reais pela Carioca Engenharia.