BRASÍLIA - O presidente Michel Temer e o ministro da Cultura, Marcelo Calero, condecoram na noite desta segunda-feira 36 artistas com a Ordem do Mérito Cultural, que este ano homenageia o centenário do samba. A primeira-dama, Marcela Temer, participou da cerimônia, que custou mais de R$ 600 mil, segundo o site G1. Este é o terceiro evento no Palácio do Planalto ao qual ela comparece.
A grande homenageada da festa de hoje é Dona Ivone Lara, considerada a "matriarca do samba". O evento começou por volta das 18h e contou com Fafá de Belém interpretando o hino nacional. Além dela, os artistas Márcio Gomes, Áurea Martins e Neguinho da Beija-Flor também se apresentaram. Cada um receberá o cachê R$ 15 mil. Neguinho da Beija-Flor, além de cantar, foi homenageado com a Ordem do Mérito Cultural.
Um dos contratos publicados nesta segunda-feira pelo Ministério da Cultura, no valor de R$ 596,8 mil, é destinado à contratação da empresa Treco Produções Artísticas Ltda., "representante exclusiva de artistas consagrados pela crítica especializada e/ou opinião pública".
Segundo o extrato publicado no "Diário Oficial", a empresa prestará serviços de "roteiro, direção artística, direção de arte, direção geral, produção artística e apresentações musicais" na cerimônia no Palácio do Planalto.
O sambista Nelson Sargento - que gravou o vídeo de um samba contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff - também recebeu a comenda. No vídeo de "A minha liberdade custou sangue", Sargento, presidente de honra da Mangueira, é o primeiro a aparecer, puxando a música que fala em "golpe".
"Quem de golpe em golpe não fugiu, não tem mais nada a temer. Faz outra história, meu Brasil", diz a canção lançada no final de maio, após afastamento de Dilma, fazendo trocadilho com o nome do então presidente interino. "E agora, um novo bafio da fera, com ódio e raiva vem à vera tomar de assalto a nação", segue o samba. Nelson Sargento, autor da célebre música "Agoniza mas não morre", abre e fecha o vídeo oficial do samba de resistência ao impeachment.
Também foram agraciadas personalidades como Vik Muniz, Jorge Aragão, Ferreira Gullar e Fernando Meirelles. Ainda haverá homenagens para artistas falecidos: Noel Rosa, Donga e Clementina de Jesus.
Foi colocado um tapete vermelho do lado de fora do Planalto para a chegada dos artistas. Nesta edição o prêmio reconhece pessoas que deram "relevantes contribuições à cultura do Brasil".