• Agência O Globo
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Lojas da Rua Teresa, em Petrópolis, precisaram se adaptar para a retomada (Foto: Reprodução/Instagram/@ruateresaoficial)

Lojas da Rua Teresa, em Petrópolis, precisaram se adaptar para a retomada (Foto: Reprodução/Instagram/@ruateresaoficial)

Principal ponto de venda e um dos maiores polos empregadores da cidade, a Rua Teresa retomou suas atividades em junho. Antes, foram 90 dias em que o maior polo de moda da Região Serrana ficou com as atividades paralisadas devido à pandemia do novo coronavírus. Para atenuar os prejuízos econômicos e evitar demissões, os lojistas fizeram uso da tecnologia.

Desde março, os comerciantes se uniram e decidiram aproveitar melhor o uso das redes sociais da Rua Teresa para divulgar seus negócios: o uso da página do Instagram @ruateresaoficial foi intensificado, passando a divulgar diariamente peças e acessórios das lojas do polo.

A iniciativa deu tão certo que ainda perdura, mesmo com as atividades liberadas. De março até hoje, a página ganhou mais de 20 mil seguidores. É o que conta Nathália Mendes, coordenadora das redes sociais da Associação da Rua Teresa (Arte):

— Foi uma oportunidade que encontramos de não pararmos completamente. Quando publicamos a foto de alguma peça, fornecemos ao cliente os contatos da loja para que ele possa comprar diretamente de lá, ou pela internet ou pelo telefone. E a própria loja se encarrega de entregar a mercadoria.

Apesar do retorno das atividades, algumas lojas estão faturando mais com as vendas pela internet. É o caso da loja da Nathália.

— Essa questão varia de marca para marca, pois cada uma tem um perfil. A minha é voltada para o público jovem, que está acostumado com a internet — diz.

A associação calcula que, desde a reabertura, as vendas crescem cerca de 10% por semana. A presidente da Arte, Denise Fiorini, reforça que o polo está aberto a pessoas de outras cidades, mas que para frequentá-lo elas precisam apresentar um voucher, emitido pela associação, com o nome da loja a ser visitada.

— As vendas para clientes de fora são muito importantes, pois representam boa parte do nosso faturamento. Os clientes podem vir tranquilos, pois os lojistas estão adotando todos os protocolos sanitários necessários — garante.

Venda de EPIs vira alternativa para lojista
Proprietário de uma loja de moda feminina na Rua Teresa, Emerson Rizzo conseguiu enxergar na crise uma oportunidade de manter seu negócio de pé. Assim que seu estabelecimento teve que paralisar as atividades, decidiu fabricar e vender EPIs (equipamentos de proteção individual) para a Covid-19. Máscaras, aventais, capotes e macacões vendidos por encomenda foram responsáveis por metade do seu faturamento enquanto a loja física estava fechada, conta Rizzo.

— Quando começou a pandemia, achei uma brecha no mercado para fabricar e vender produtos de EPI, que estavam com procura altíssima. Como já tenho uma fábrica de roupas, eu a mantive em funcionamento. Assim, consegui arrecadar o suficiente para pagar os funcionários e as despesas da loja — detalha o empresário, que também usou as mídias sociais para divulgar a novidade.

Hoje, ele conta que o faturamento mensal de sua loja gira em torno de 30% do registrado antes da pandemia. Mas a situação já esteve pior, garante:

— Em abril, a receita da loja não chegou a 10% da média apresentada antes da pandemia. As pessoas ainda estão com medo, então acredito que vai levar algum tempo para voltarmos ao patamar que tínhamos até os primeiros meses do ano.

Denise Fiorini ressalta que outros lojistas do polo também mudaram de estratégia para manter seus negócios funcionando. Segundo a presidente da Associação da Rua Teresa, muitas lojas se adaptaram, deixando de investir em roupas de inverno para focar em vestimentas confortáveis para as pessoas ficarem dentro de casa.

— Logo que acabou o verão, época sempre muito boa para vendas, começaram as restrições em razão da pandemia. Então, já que as pessoas não estavam indo para a rua, a alternativa de muitos lojistas foi vender roupas leves para atingir um público que, muitas vezes, está trabalhando em home office — explica.

Antes da pandemia, cerca de 30 mil pessoas trabalhavam no comércio da Rua Teresa. Hoje, Fiorini diz não conseguir mais mensurar esse número.

— Apesar das dificuldades, a perspectiva é boa. Com a abertura das barreiras sanitárias, aos poucos vamos ter de volta a massa de turistas que nossa cidade sempre recebeu de braços abertos — afirma.