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Concepção artística de um pulsar.  (Foto: NASA)

Concepção artística de um pulsar. (Foto: NASA)

Quando você está andando em seu carro e quer saber qual caminho seguir, o aparelho de GPS manda um sinal de rádio, que viaja na velocidade da luz até um satélite. Este, equipado com um relógio atômico com precisão de nanosegundos, calcula qual a distância  em que você está do aparelho. Fazendo o mesmo com quatro satélites diferentes, pela triangulação dá para saber precisamente onde você está e qual caminho seguir.

É mais ou menos isso que os engenheiros da NASA acabam de desenvolver para ser usado em suas espaçonaves. Só que no lugar dos satélites, são os pulsares que fazem o papel. Quando uma estrela gigante — de dez a 29 vezes a massa do Sol — colapsa, se transforma em uma estrela de nêutrons. A rotação acelerada faz com que elas emitam constantemente feixes de radiação eletromagnética (os raios-X). O pulsar é uma espécie de farol intergalático.

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Para demonstrar a tecnologia batizada de SEXTANT (Station Explorer for X-Ray Timing and Navigation Technology), os pesquisadores utilizaram o NICER (Neutron-star Interior Composition Explorer), um equipamento do tamanho de uma máquina de lavar instalada à bordo da Estação Espacial Internacional criado justamente para estudar estrelas de nêutrons e pulsares.

Durante o mês de novembro de 2017, a NASA direcionou os telescópios do NICER para fazer leituras dos raios-x de quatro pulsares específicos. Depois enviou os dados para ser analisado pelo SEXTANT. Oito horas depois, o novo brinquedo da agência espacial americana foi capaz de determinar a localização do NICER.

Apesar da margem de erro ser grande — um raio de 16 quilômetros —, não é nada quando se trata do espaço. Para se ter uma ideia, com a Voyager I, a 20 bilhões de quilômetros da Terra, os astrônomos da NASA consegue definir a localização com centenas de quilômetros de erro.

“Essa bem sucedida demonstração estabelece a viabilidade do uso da navegação pelo raio X dos pulsares como uma nova capacidade de navegação autônoma”, afirmou Jason Mitchell, tecnologia espacial da NASA que gerencia o projeto SEXTANT. “Uma versão mais madura dessa tecnologia pode impulsionar a exploração do espaço profundo em qualquer lugar do Sistema Solar e além”.

A ideia é que, em um futuro indefinido, a alguns anos daqui, as tecnologias combinadas dentro de uma nave espacial poderiam cuidar da navegação das espaçonaves sem a intervenção humana. Em uma viagem a uma das luas de Saturno, por exemplo, o sistema poderia manter o curso mesmo passando longos períodos sem se comunicar com a Terra. Veja abaixo o vídeo (em inglês) divulgado pela agência espacial americana.


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