Por Mariana Oliveira, TV Globo — Brasília


Cena da propaganda do Banco do Brasil retirada do ar — Foto: Reprodução

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, pediu nesta segunda-feira (29) que o tribunal de fiscalização apure se houve prejuízos ao Banco do Brasil em razão de veto à propaganda da instituição.

O presidente Jair Bolsonaro defendeu o voto à propaganda que aparece com jovens brancos, negros, com cabelos pintados e tatuagens que estava no ar há quase um mês; tratava-se de uma estratégia para atrair clientes mais jovens. Depois que o presidente disse que não gostou, o comercial saiu do ar e o diretor de marketing do banco foi demitido.

"A linha mudou, a massa quer respeito à família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma e nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira. Não é a minha linha", disse Bolsonaro dias depois

Em ofício ao TCU, o procurador Lucas Furtado afirmou que é preciso averiguar se houve "ingerência destituída de critérios técnicos". Segundo ele, há indicativo de ato de gestão ilegítimo e antieconômico, que pode ter gerado "efetivo dano ao erário a ser recomposto". Ele também pediu que seja apurada a atuação de gestores do BB.

"Não há nenhuma justificativa técnica para que a União tenha vetado o comercial que já se encontrava em divulgação. Ao contrário, a motivação é puramente ideológica", afirmou Furtado, que aponta "excesso de interferência" de Bolsonaro.

Segundo ele, o veto pode gerar prejuízos a acionistas minoritários e inclusive pedidos de indenização na Justiça. O procurador afirmou que a situação relatada por veículos de imprensa mostra "interferência do governo em decisão corporativa" do BB.

Conforme o procurador, uma das estratégias do banco é captar clientes dos mais diversos segmentos sociais.

"Dentre as inúmeras atividades desenvolvidas pelo Banco do Brasil, encontra-se, como não poderia deixar de ser, o varejo bancário. Dessa forma, é razoável supor que uma das estratégias do banco seja captar o maior número possível de clientes dos mais diversos segmentos sociais", aponta o subprocurador.

Bolsonaro volta a defender veto à propaganda do Banco do Brasil

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