Por TV Anhanguera


Estudantes bloqueiam portão da UFT em ato contra cortes na verba das universidades

Estudantes bloqueiam portão da UFT em ato contra cortes na verba das universidades

Estudantes fecharam o portão de entrada da Universidade Federal do Tocantins e da Universidade Estadual do Tocantins na manhã desta quarta-feira (15), em Palmas. O ato é um protesto contra os bloqueios do governo no orçamento das instituições pelo país. Na UFT a redução, segundo o reitor da universidade, foi de 42%, ou seja, R$ 18 milhões a menos no ano.

Manifestação nacional ocorre em várias cidades do Tocantins: Palmas, Araguaína, Gurupi, Dianópolis, Araguatins, Dianópolis, Miracema do Tocantins, Brejinho de Nazaré e Paraíso do Tocantins.

Estudantes fecharam o portão de entrada da UFT e Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) com faixas e cartazes para impedira a entrada de funcionários, professores e alunos. A Polícia Militar não foi até o local. Com latas, os estudantes fizeram barulho e gritaram palavras de ordem pedindo mais atenção para educação.

Estudantes bloqueiam portão de entrada da UFT em Palmas — Foto: Yonny Furukawa/TV Anhanguera

Depois disso, os manifestantes seguiram para a Assembleia Legislativa, na Praça dos Girassóis, centro de Palmas e continuaram com os protestos. Estudantes e professores ainda fizeram uma passeata pela avenida JK, uma das principais avenidas da cidade, antes de encerrar a manifestação por volta do meio-dia.

Estudantes da UFT encerraram o protesto na frente da Assembleia Legislativa — Foto: Divulgação

No Instituto Federal do Tocantins em Palmas os portões estão fechados com cadeados, mas não há protestos de estudantes ou funcionários.

Gurupi

Em Gurupi, região sul do estado, estudantes do Instituto Federal organizaram uma passeata pelas ruas da cidade e encerraram a manifestação no parque Mutuca. Alunos de outras instituições, como a UFT, também participam do protesto.

De acordo com a organização, cerca de 500 pessoas participaram do protesto que terminou no Parque Mutuca. A PM ainda não informou número de participantes.

Estudantes de Gurupi fazem passeata pelas ruas da cidade — Foto: Jairo Santos/TV Anhanguera

Araguaína

Em Araguaína os estudantes fizeram o protesto dentro do próprio campus. Ainda não há informações sobre a quantidade de pessoas.

Manifestantes se reuniram dentro do campus da UFT em Araguaína — Foto: Claudemir Macedo/TV Anhanguera

Dianópolis

Em Dianópolis, cerca de 300 estudantes do IFTO fizeram uma passeata pela avenida 7 de Setembro, no bairro Cavalcante. Depois se reuniram na Praça Francisco Liberato Póvoa onde fizeram uma exposição de projetos do campus.

Estudantes caminham por avenida em Dianópolis — Foto: Victor Ribeiro/TV Anhanguera

Araguatins

Estudantes do IFTO de Araguatins também aderiram à paralisação nacional e caminharam pelas avenidas da cidade em protesto contra os bloqueios no orçamento da educação. De acordo com os organizadores, 400 alunos participam da passeata com o apoio da Polícia Militar. A PM não informou o número de manifestantes.

Estudantes de Araguatins fazem passeata pela cidade — Foto: Divulgação

Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.

De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.

Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.

Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.

Escolas Públicas

Escola municipal ficou sem aula em Palmas — Foto: Lucas Machado/TV Anhanguera

Escolas públicas no Tocantins também aderiram a paralisação nacional na educação. Segundo o sindicato que representa a categoria, cerca de 70% das escolas do estado, entre instituições da rede estadual e dos municípios, não estão funcionando nesta quarta-feira (15). O ato é um protesto contra os bloqueios do Ministério da Educação no orçamento das universidades públicas.

A Secretaria de Estado da Educação informou que das 23 escolas estaduais de Palmas, 15 vão aderir a paralisação. Unidades também fecharam as portas em Araguaína e Gurupi.

O governo afirmou que ainda está levantando junto às Diretorias Regionais de Educação (DRE) o número total de escolas estaduais que aderiram à paralisação nacional.

"A Seduc reitera que respeita o direito à paralisação dos profissionais da educação, mas reforça que o calendário escolar precisa seguir a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que determina o cumprimento de 200 dias letivos. Desta forma, o dia letivo que não for cumprido deverá ser reposto, conforme calendário específico a ser elaborado por cada unidade de ensino."

Veja mais notícia da região no G1 Tocantins.

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