O esporte contra o adultério
Neste terceiro volume do livro “Histórias da gente brasileira (1889-1950)”, pela Leya, a historiadora Mary Del Priore lembra que, no início do século XX, mulheres começaram a pedalar ou a jogar tênis, uma voga importada da Europa:
— Não faltou quem achasse a novidade imoral, uma degenerescência e, até mesmo, pecado. Perseguia-se tudo o que pudesse macular o papel de mãe dedicada exclusivamente ao lar. Era como se as mulheres estivessem se apropriando de exercícios musculares próprios à atividade masculina.
Mas Del Priore lembra que alguns se levantaram contra a satanização da mulher esportiva. Um dos argumentos é que o esporte seria uma forma de combater os adultérios. “Afinal, encerradas ou aprisionadas, só restava às mulheres sonhar com amores impossíveis ou tentar seduzir o melhor amigo do marido”. Caraaamba!