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Por Eduardo Deconto e Eduardo Moura — Porto Alegre


O Grêmio até evitou o bloqueio de parte da venda de Pedro Rocha, mas o imbróglio jurídico com o Diadema, que reinvindica 30% do valor da transação, prossegue nos tribunais. Após o clube paulista conseguir penhorar R$ 15 milhões de uma conta do Tricolor, o departamento jurídico gremista reagiu e deu um terreno anexo ao CT Hélio Dourado, em Eldorado do Sul, como garantia no processo, que segue em andamento – e deve se arrastar, de acordo com os advogados da equipe gaúcha.

O imóvel foi aceito como garantia pela 12ª Vara Cível de Porto Alegre, em decisão proferida pelo juiz Juliano da Costa Stumpf no último dia 8. A área é avaliada em R$ 26 milhões pelo clube gaúcho.

Diadema prossegue novela jurídica para bloquear pare da venda de Pedro Rocha ao Spartak Moscou — Foto: Divulgação / Twitter

Após tentar negociações extrajudiciais, o Diadema entrou com uma ação na Justiça no início de outubro para bloquear parte do valor da venda do atacante ao Spatark Moscou, alegando ter direito a 30% do montante. Stumpf aceitou o pedido do clube paulista para bloquear valores referentes ao percentual das contas do Grêmio e depositá-los em juízo em caráter de urgência. Mas o Tricolor conseguiu reverter a decisão e permaneceu com a cifra total da negociação.

O clube paulista, então, prosseguiu a ação e conseguiu que os tribunais aprovassem a penhora do valor que havia sido deferido em primeira instância – R$ 15 milhões. Mas o Grêmio entrou com um recurso para dar o terreno em Eldorado do Sul como garantia, em caso de um desfecho desfavorável no julgamento.

O Diadema contestou o imóvel, que já foi penhorado para uma dívida de R$ 10 milhões do clube gaúcho, mas o juiz decidiu que o valor total da área cobre os dois débitos e acatou o pedido do departamento jurídico gremista. Em contato com o GloboEsporte.com, o diretor jurídico Nestor Hein confirmou o imbróglio e afirmou que a novela deve se arrastar por bastante tempo nos tribunais.

Cláusula na qual o Grêmio se baseia para evitar cessão de 30% do valor da venda de Pedro Rocha — Foto: Reprodução

O caso

O Grêmio contratou Pedro Rocha por empréstimo do Diadema em 2014 e logo adquiriu os direitos do atleta de forma definitiva, no final daquele ano, com vínculo até o fim de 2017. O contrato previa uma cláusula que dava ao clube paulista o direito a 30% de uma negociação do atleta caso ela fosse feita até 31 de dezembro de 2015 – ano em que o atacante foi promovido ao time profissional por Felipão.

Após se destacar na conquista do penta da Copa do Brasil, o atacante renovou seu contrato e firmou novo vínculo com o clube no início de 2017. Em seguida, foi vendido ao Spartak Moscou por 12 milhões de euros (R$ 45 milhões, na cotação da época). Pelo acordo inicial, o Diadema alega ter direito a R$ 15 milhões do montante. O Tricolor, por sua vez, sustenta sua argumentação no prazo da cláusula, que se encerrou no começo de 2016.

Pedro Rocha se despediu do Grêmio em setembro — Foto: Lucas Uebel/Grêmio

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